Luanda –
A primeira fase de construção do Centro Nacional de Coordenação e Vigilância
Marítima, localizado na Barra do Cuanza, em Luanda, deverá estar concluída em
Dezembro, em vez de Março de 2024, como estava previsto.
A
informação foi confirmada, esta quinta-feira, pelo Presidente da República,
João Lourenço, no final de uma visita às obras de construção do centro,
situado na Estrada Nacional (EN) 100, município de Belas, bairro Ramiros, a
cerca de nove quilómetros da Barra do Cuanza.
“Em
poucos minutos acabamos de decidir que o empreiteiro vai nos entregar essa obra
em Dezembro do corrente ano, ao contrário do que estava indicado, Março do
próximo ano”, informou o Chefe de Estado angolano, em declarações à imprensa,
no final da visita.
“Esta
obra tem de ser entregue em Dezembro do corrente ano”, sublinhou o Titular do
Poder Executivo, adiantando que 18 meses depois, a contar de Dezembro do ano em
curso, deverá ser entregue a segunda fase do projecto.
O
Presidente João Lourenço referiu que a consignação da obra ocorreu a 11 de
Setembro de 2019 e que inicialmente deveria ser entregue em Dezembro de 2020, o
que não ocorreu.
“Estamos
em 2023 e como vêem não temos a obra concluída”, assinalou o Presidente João
Lourenço, salientando que a “execução financeira não está atrasada, portanto,
terá havido razões de outra ordem que fizeram com que o nível de execução
física não tivesse acompanhado o nível de execução financeira”.
No
entender do Presidente da República, se a primeira fase da obra for concluída
efectivamente em Dezembro próximo “já nos daremos por satisfeitos porque com a
primeira fase feita o centro já pode entrar em operação”.
João
Lourenço deixou claro que decidiu deslocar-se à obra para, no terreno, avaliar
eventuais dificuldades e tomar decisões. Disse esperar que a partir de hoje
mude, de forma radical, o quadro que encontrou na obra.
Após
destacar a importância do centro, o Presidente da República disse que, quando
estiver concluída, a infra-estrutura vai trabalhar em coordenação com os centros
do Soyo, província do Zaire, Lobito (Benguela) e Namibe, localizados ao longo
da costa marítima angolana.
Centro
do Soyo está concluído
“O
(centro) do Soyo está pronto. Na segunda-feira, quando fizermos a inauguração
da Base Naval do Soyo, receberemos também o centro do Soyo”, anunciou o
Estadista, referindo-se à conclusão do Centro de Coordenação e Vigilância
Marítima do Soyo.
Quanto
ao Centro Nacional de Coordenação e Vigilância Marítima (Luanda), o Titular do
Poder Executivo disse ser o principal. Terá a função de recolher toda a
informação dos outros centros e, em caso de necessidade, passar às embarcações
que estiverem a navegar no mar territorial do país.
Segurança
marítima
João
Lourenço defendeu uma segurança marítima feita com meios em terra e no mar,
neste, com os navios de guerra e em terra com infra-estruturas, entre as quais,
bases navais e centros de vigilância.
De
acordo com o também Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, a missão
do centro de Luanda será vigiar 24/24 horas os movimentos que acontecem nas
águas territoriais nacionais.
Esses
centros, segundo o João Lourenço, serão os olhos da Marinha de Guerra Angolana,
podendo vigiar os movimentos de embarcações de pesca ilegal, navios da marinha
mercante (nacionais e internacionais).
Notou
que o facto de as águas territoriais angolanas estarem incluídas no Golfo da
Guiné, por elas passam embarcações das marinhas mercantes de todo o mundo, pelo
que “todo esse movimento vai ser seguido, vigiado, controlado a partir desses
quatro centros” (Luanda, Soyo, Lobito e Namibe).
Com um
valor contratual orçado em 60.947.470 dólares norte-americanos, o projecto tem
uma execução financeira na ordem de 80 por cento.
O futuro
Centro Nacional de Coordenação e Vigilância Marítima está a ser edificado numa
área total de 32 hectares, incluindo o espaço reservado para expansão.
A
infra-estrutura contempla edifício administrativo, posto médio, refeitório,
ginásio, dormitório e arruamentos.
O
projecto tem como objectivo criar instalações com capacidade de acomodar
equipamentos técnicos para a vigilância marítima da costa angolana e quando
estiver concluído deverá ser administrado pela Marinha de Guerra Angolana.
A
construção da infra-estrutura insere-se no projecto do Executivo angolano que
visa dotar a Marinha de Guerra Angolana de meios modernos, para melhor
responder os desafios do sector, incluindo na Zona Económica Marítima Exclusiva
do país.
Angola
tem uma costa marítima de 1.650 quilómetros de norte a sul, banhada
pelo Oceano Atlântico.