Benguela
– O Presidente da República, João Lourenço, considerou hoje, terça-feira, dia
4, necessário que os países africanos optimizem os seus recursos e os coloquem
ao serviço das respectivas nações.
O
Estadista angolano falava no Lobito, província de Benguela, na cerimónia de
transferência da concessão dos serviços ferroviários e logística de suporte do
Corredor do Lobito ao consórcio Lobito Atlantic Railway e de inauguração da
ligação por fibra óptica entre os três países.
Perante
os homólogos da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e da República Democrática do Congo
(RDC), Félix Tshisekedi, João Lourenço exortou para a franca cooperação entre
países do continente, tendo em vista o desenvolvimento, progresso e a
estabilidade das nações.
João
Lourenço declarou, na sua intervenção, que cabe aos africanos definir e
concretizar a forma da sua participação no desenvolvimento económico mundial,
explorando e transformando os seus recursos, bem como fazê-los chegar,
atempadamente, aos mercados que deles precisam.
O
Presidente angolano defendeu a valorização das exportações e a criação de
postos de trabalho para a juventude e não apenas conversas de
circunstância em fóruns internacionais, onde o glamour ofusca, com frequência,
o que realmente se precisa.
Afirmou
que o Corredor do Lobito vai dinamizar as exportações inter-africanas, que
actualmente representam 14 por cento do total efectuado com o resto do mundo.
João
Lourenço lembrou que Angola valoriza, claramente, os objectivos de cooperação
sul-sul, assim como a materialização dos compromissos assumidos a nível das
zonas de comércio livre da região da SADC e africana.
O acto
de transferência da concessão dos serviços ferroviários e de logística de
suporte ao Corredor do Lobito ao consórcio Lobito Atlantic Railway teve lugar
esta terça-feira, na cidade com o mesmo nome, na província de Benguela.
O Lobito
Atlantic Railway, consórcio considerado vencedor do concurso
internacional para exploração do Corredor, no dia 4 de Novembro de
2022, é formado pelas empresas Trafigura, Vecturis e Mota-Engil.
O
consórcio prevê, ao longo de 30 anos, aumentar a frequência diária para 50
comboios e garantir 1.600 empregos directos.
Terá
como responsabilidade a transportação de cargas de grande porte, como por
exemplo os minérios provenientes da República Democrática do Congo e da Zâmbia,
bem como a manutenção das infra-estruturas (oficinas, a linha férrea).
Com
gestão privada, o Corredor do Lobito integra o Porto do Lobito, o
Terminal Mineiro, o Aeroporto da Catumbela e o Caminho-de-Ferro de
Benguela.