Luanda
- O Presidente da República, João Lourenço, descartou, quarta-feira
(1), que haja uma crise institucional no país, na sequência das suspeitas sobre
a presidente demissionária do Tribunal de Contas, Exalgina Gambôa.
Em
entrevista ao canal francês RFI, João Lourenço afirmou que o país não está
perante uma crise institucional, tendo sublinhado ser "muito forte dizer
isso. Forte demais".
Quanto
ao arranque do ano judicial, o Chefe de Estado disse que teve início
quarta-feira (1) de facto. "O que não aconteceu e porque eu preferi não
fazê-lo, é presidir o acto solene que, regra geral, assinala o arranque do ano
judicial (...)", referiu.
Atendendo
aos últimos acontecimentos, prosseguiu, nomeadamente, num dos tribunais, eu
entendi que, enquanto este assunto não ficar resolvido, não devia presidir a
sessão solene de abertura do ano judicial.
Portanto,
adiantou o Presidente João Lourenço, estou a referir-me concretamente ao que se
passa no Tribunal de Contas.
Já em
relação ao Tribunal Supremo, o Estadista angolano disse ser do
seu conhecimento a existência de alegações de eventuais crimes, mas que,
por enquanto, nada prova o envolvimento, até agora, do venerando juiz
presidente do mesmo tribunal.
A
presidente do Tribunal de Contas de Angola, Exalgina Gambôa, apresentou,
quarta-feira, a sua renúncia ao cargo e o Chefe de Estado já aceitou, de acordo
com nota da Presidência da República.
A
propósito, a PGR informou, na terça-feira, que Exalgina Gambôa foi constituída
arguida na sequência de um inquérito que apurou "eventuais práticas de
crimes de peculato, extorsão e corrupção denunciados publicamente".
No mesmo
processo também foi constituído arguido Hailé Musapé Vicente da Cruz, pelos
crimes de extorsão e corrupção, não tendo sido notificado por encontrar-se no
exterior do país.
Na
segunda-feira, o Presidente da República anunciou, em nota, que convidou
Exalgina Gambôa a renunciar ao cargo no dia 21 de Fevereiro devido às várias
“ocorrências” que a envolviam.