Luanda - Angola passa, desde esta quinta-feira, a presidir o Grupo de Trabalho dos Juristas de Defesa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), um mandato que tem a duração de um ano.

A decisão foi tomada durante a reunião do Grupo de Juristas de Defesa da SADC, decorrida no município de Belas, que debateu questões jurídicas como o acordo da Força em Estado de Alerta (SOFA), a missão da SADC na República de Moçambique (SAMIM), a questão da escolta vip, a problemática do direito à compensação/indemnização por morte e por danos à propriedade decorrentes do cumprimento de missões militares e o desenvolvimento da doutrina regional abrangente de defesa da SADC.

Com a duração de quatro dias, o evento contou com a participação dos generais e distintos oficiais das delegações dos países membros. 

De recordar que a presidência do Grupo de Trabalho dos Juristas de Defesa da SADC, em 2022, estava a cargo do Zimbabué. 

A Comunidade de Desenvolvimento para a África Austral (SADC) é uma organização de integração sub-regional, composta por 16 estados-membros, designadamente, Angola, RDC, Eswatine, Namíbia, Zimbabwe, Zâmbia, Lesotho, África do Sul, Comores, Maurícias, Madagáscar, Seycheles, Tanzânia, Malawi, Botswana, que acolhe a sede e Moçambique, que assume neste momento a presidência rotativa.

Luanda – O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, Presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), abordou nesta quinta-feira (9), em Luanda, a situação na RCA com o seu homólogo deste país, Faustin Touadéra, e o Presidente do Tchad, Mahamat Idriss Déby.

A reunião de mais de duas horas, realizada no Palácio Presidencial, decorreu no quadro das consultas regulares sobre a situação de paz e segurança na RCA (República Centro-Africana), país pertencente à região dos Grandes Lagos. 

No final do encontro, que resulta de um convite formulado pelo Presidente João Lourenço, o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, disse que as consultas decorreram num “ambiente fraternal”, tendo os três estadistas decidido continuar com essa fraternidade existente entre os países da região.

Integram esta organização, criada em 2006, Angola, Burundi, RCA, Congo, República  Democrática do Congo, Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão do Sul, Tanzânia e Tchad. 

Situação na RCA

Desde o golpe de Estado perpetrado pelo grupo rebelde “Seleka“, que conduziu à queda de François Bozizė, ex-Presidente centro-africano, o país esteve mergulhado numa situação de insegurança crescente.

As populações estão a ser obrigadas a deixar as suas aldeias, face aos violentos confrontos de carácter étnico e religioso.

Desde Dezembro de 2020, cerca de 60 mil cidadãos fugiram da violência, que assola a RCA, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O actual Chefe de Estado, Faustin-Archange Touadéra, venceu as presidenciais de 27 de Dezembro último, com 53,16 por cento dos votos, contra 21,69 por cento do seu principal adversário, o antigo primeiro-ministro Anicet Georges Dologuéle.

Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, manteve quarta-feira (8), uma conversa  por telefone com o Presidente francês, Emmanuel Macron, à volta da cooperação bilateral, tendo em conta o seu reforço contínuo.

Segundo uma nota de imprensa da Presidência da República, os dois estadistas falaram também de questões regionais em África, concretamente o conflito no Leste da República Democrática do Congo.

Defenderam a necessidade de coordenação entre os diversos intervenientes do conflito, para que haja progresso e se evite qualquer escalada do mesmo.

A França tem mantido relações diplomáticas com Angola desde a sua independência.

Um primeiro acordo assinado em 1982 lançou as bases da cooperação bilateral. Desde então, esta tem se expandido, incluindo  visitas de delegações de ambos os países, inclusive a mais alto nível.

Luanda - O Coordenador Presidencial Especial dos Estados Unidos da América, Amos Hochstein, considerou Angola um país crucial, pelo seu potencial económico e encorajou as reformas levadas a cabo pelo Executivo angolano.

Ao falar à imprensa no final de uma audiência que lhe foi concedida, esta quarta-feira (8), pelo Presidente João Lourenço, o alto funcionário americano sublinhou o papel do Estadista angolano nas reformas em curso no país e no processo de diversificação da economia. 

Recebido na qualidade de enviado especial do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Amos Hochstein afirmou que a transição energética que o mundo vive é uma oportunidade também para África e Angola.

Ainda no sector económico, valorizou 
o Corredor do Lobito (Benguela), tendo considerado uma infra-estrutura "bastante importante" na conexão entre alguns países  vizinhos de Angola sem acesso ao mar com o Porto do Lobito. 

O Corredor do Lobito é formado pelo porto da mesma cidade e pelos Caminhos-de-Ferro de Benguela. 

O percurso do corredor é a rota de exportação mais rápida para o cobre, cobalto e outros minérios para países como a Zâmbia e a República Democrática do Congo. 

Quanto a outras questões regionais, Amos Hochstein afirmou que o seu país está "bastante agradecido", pelo envolvimento do Presidente João Lourenço no processo de pacificação e estabilidade na Região dos Grandes Lagos. 

Informou que durante o encontro com o Presidente angolano teve a oportunidade de discutir questões ligadas ao investimento em curso das empresas norte-americanas em Angola e a nível da África Austral e Central. 

"A colaboração entre os Estados Unidos e Angola é excelente e vai continuar. Essa é a parceria que o Presidente (Joe) Biden deseja, especificamente, nas áreas de segurança, economia e comércio, para o desenvolvimento de Angola e da região", sublinhou. 

O alto funcionário americano realiza um périplo pelo continente para consolidar decisões da Cimeira EUA-ÁFRICA,  realizada em Dezembro último na capital dos EUA, Washington. 

Relações Angola e EUA 

Angola e os Estados Unidos da América estabeleceram relações diplomáticas formais em 1993. O sector da energia está no centro das relações económicas entre ambos os países. 

O Ex-ImBank americano dispõe de uma linha de crédito de apoio às exportações dos EUA para Angola. 

A Câmara de Comércio Estados Unidos-Angola dedica-se à promoção do comércio e investimento entre os dois países.