Luanda –
O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República,
Francisco Pereira Furtado, enalteceu segunda-feira (27), a necessidade do
envolvimento, cada vez maior, da mulher na prevenção, gestão e resoluções de
conflitos.
O
governante discursava na abertura do
primeiro Curso de Defesa e Segurança Nacional na Perspectiva do Género,
a decorrer até 31 de Março, no âmbito da resolução 1325 do Conselho de
Segurança da ONU, de 31 de Outubro de 2000.
A
resolução 3125 sobre mulher, paz e segurança cria uma base política
internacional que sustenta a promoção e a defesa da transversalidade da
dimensão da igualdade do género, permitindo às mulheres assumirem papel de
destaque durante e após os conflitos.
Francisco
Furtado informou que tem evidenciado no país uma crescente consciencialização
da importância da integração e participação das mulheres nos diversos domínios
da Defesa Nacional, nomeadamente nas Forças Armadas.
Sublinhou
que as questões relacionadas às mulheres, aos conflitos, à paz, à segurança
nacional e pública e à violência comunitária e doméstica vêm ganhando mais
espaço, na medida em que elas passaram a ser vistas como vítimas mas também
essenciais na tomada de decisões.
No
actual contexto das mutações da geopolítica, a actualização e consolidação de
conhecimentos deve ser permanente e generalista e diz respeito a todos os
cidadãos, incluindo aos civis a quem lhes está reservado um papel relevante e
análise de fenómenos transversais a sua zona de conforto.
Para o
ministro de Estado, as acções formativas e informativas devem tomar o lugar
privilegiado para moldar os comportamentos e as atitudes para o enfrentamento
dos complexos cenários que possam apresentar-se.
Declarou
que o Estado angolano nunca deixou de parte a participação da mulher,
reservando para o género feminino, desde os primórdios da Luta de Libertação
Nacional e na Defesa da Pátria, altos cargos nos distintos órgãos que compõem o
sistema de Defesa e Segurança Nacional.
Referiu
que embora a Lei do Serviço Militar não obrigue o ingresso das mulheres,
fazem parte das Forças Armadas Angolanas (FAA) cerca de quatro mil senhoras e
16 mil estão na Polícia Nacional, em posto de general e comissárias, oficiais
superiores e subalternos nas distintas especialidades e que os números tendem a
crescer.
O Chefe
da Casa Militar declarou que as mulheres são acérrimas defensoras da
preservação da paz, na gestão e resolução de conflitos, por serem as que mais
sofrem com os seus efeitos.
Rendeu
“singela homenagem” às mulheres angolanas por ocasião do mês de Março por serem
“seres valentes, misteriosas, intuitivas, sensíveis, virtuosas, inteligentes,
delicadas, graciosas e sábias”.
Numa
iniciativa do Instituto de Defesa Nacional (IDN), curso é promovido em parceria
com instituições públicas portuguesas e da Comunidade de Países de Língua
portuguesa (CPLP).
Estão
agendados temas como a “A problemática do género nos Órgãos de Defesa e
Segurança”, “A Perspectiva da Participação do Género nas Operações de Paz”, “A
Condição das Mulheres nos Órgãos de Defesa e Segurança” e a “A
Inter-sectorialidade da Segurança Nacional”.
Na
ocasião, o secretário de Estado para a Defesa Nacional, Antigos Combatentes e
Veteranos da Pátria, Domingos Tchikanha, informou que participam da acção
formativa 767 auditores de todas províncias e de países membros da CPLP, de
modo virtual.