Luanda - A diretora Nacional de Prevenção e Combate à
Corrupção da Procuradoria Geral da República, Inocência Maria Pinto, defendeu
hoje, em Luanda, a necessidade da inclusão de matérias sobre a corrupção no
currículo académico a nível do país.
Inocência Pinto falava na cerimónia que marcou, nesta
terça-feira, o lançamento oficial do processo de auscultação do projecto de
Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção (ENAPREC), na
qualidade de coordenadora do sub-grupo técnico encarregue de elaborar a
referida proposta.
Para Inocência Pinto, também Procuradora-Geral adjunta
da República, a intenção da inclusão de matérias ligadas ao combate à corrupção
no sistema de ensino visa a prevenção de tais práticas.
Segundo a magistrada, o processo de auscultação, que
inicia este mês, irá decorrer durante 30 dias em todas as províncias do
país.
Salientou que a proposta visa permitir que, a
partir de tenra idade, as pessoas possam ter “contacto com matérias
relacionadas com a probidade pública e o bem comum”.
Na sua intervenção, Inocência Pinto lembrou que a
implementação de acções no domínio do combate à corrupção em Angola “tem estado
a dar os seus frutos”.
A título de exemplo, destacou o facto de Angola ter
alcançado o lugar 116º no índice de percepção da corrupção, de acordo com a
organização não governamental Transparência Internacional, no seu relatório
publicado em Janeiro deste ano.
Contributo das instituições
Apesar de o seu conteúdo ter já sido objecto de
diversos contributos por parte de instituições públicas e privadas, nacionais e
estrangeiras, os coordenadores entendem ser necessário, no quadro do princípio
da democracia participativa, a realização de um processo de auscultação pública
de âmbito nacional.
Este exercício é extensivo a todas as pessoas
singulares e colectivas interessadas em partilhar o seu saber para o
enriquecimento e conclusão do documento.
O Projecto de Estratégia Nacional de Prevenção e
Repressão da Corrupção foi elaborado por um Grupo de Trabalho criado em
2019.
Este integra diversos órgãos públicos, e é coordenado
pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão
de Almeida, por orientação do Presidente da República, João Lourenço.
O Grupo de Trabalho também foi incumbido de realizar
estudos e a elaboração de propostas e mecanismos de implementação da
Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.