Luanda – O Presidente da
República, João Lourenço, defendeu, sexta-feira (4), a construção de pequenas
unidades hospitalares que atendem, em primeira linha, os cidadãos.
O Titular do Poder
Executivo expressou essa necessidade na sessão especial do Conselho de
Ministros, dedicada ao processo de
elaboração dos Planos Integrados de Intervenção para cada uma das províncias do
país.
Em relação aos hospitais
de maior dimensão, o Presidente João Lourenço referiu que já estão definidos,
construídos ou vão surgir.
“Muitos destes últimos
até já possuem fontes de financiamento identificadas”, disse o Estadista
angolano que falou, igualmente, da construção de estradas, arruamentos no
interior das cidades e vias circulares.
Trata-se de acções que
João Lourenço considerou fundamentais para os próximos cinco anos,
principalmente, as estradas circulares que evitam que se passe no interior das
cidades nas viagens interprovinciais.
Segundo o Presidente da
República, as estradas que ligam Angola aos países limítrofes (Congo, RDC,
Zâmbia e Namíbia) são igualmente outra prioridade do mandato 2022/2027.
A par do sector de
estradas, apontou o desenvolvimento do transporte ferroviário, na perspectiva
da sua projecção internacional, como acaba de ser sinalizado com a entrada em
cena de um consórcio para gerir o Corredor do Lobito.
Mais ensino superior
público
No segmento do ensino
superior público, o Presidente João Lourenço defendeu a necessidade de inverter
o actual quadro, em que,
maioritariamente, os estudantes do ensino superior fazem-no em
universidades privadas.
“O rácio hoje é, com
efeito, 60% de estudantes universitários no ensino privado e 40% de estudantes
universitários no ensino público”, observou.
Água e luz
Quanto ao sector de água
e luz, o Chefe de Estado entede ser importante avançar com o processo de se
interligar as regiões Sul e Leste de Angola à rede nacional de electricidade.
Exigiu maior trabalho a
fim de permitir que mais água chegue às populações em todo o país. Entretanto,
mencionou alguns casos que considerou críticos como Ndalatando e Dondo (Cuanza-
Norte), bem como Lubango (Huíla) “sem água mesmo com o rio a passar por ali”.
Na ocasião, o Titular do
Poder Executivo notou que o país está melhor em termos de fornecimento de
energia eléctrica à população do que em matéria de disponibilização de água.
“Alguma coisa não está
bem até porque os investimentos em energia são mais caros do que os
investimentos para o fornecimento de água. Temos de pensar seriamente nisto”,
disse.
Habitação
No sector da habitação, o
Presidente João Lourenço entende que se deve priorizar a infra-estruturação de
terrenos para a auto-construção dirigida. “Esta é a solução, muito mais do que
a aposta na construção de centralidades”.
Na sua intervenção, o
Estadista angolano disse que compete ao Estado a infra-estruturação de
terrenos, levar a água e a electricidade a esses pólos, bem com fazer
arruamentos.
Diversificação económica
Na óptica do Presidente
angolano, o futuro do petróleo está seriamente ameaçado porque os países
industrializados, os grandes consumidores, estão a encontrar alternativas à
energial fóssil.
Esta realidade, assinalou
João Lourenço, coloca-nos o desafio de “termos de pensar em produtos que nos
dão divisas fora do petróleo”.
“Vamos eleger um, dois,
três produtos e investir seriamente neles, porque está claro que não vamos
poder fazer com todos ao mesmo tempo”, afirmou.
“Li algures que a Etiópia
ganha biliões a exportar café. Nós até já fomos grandes produtores e
exportadores de café. Porquê não retomamos esta produção?”, interrogou-se João
Lourenço.
“Os produtos do nosso
rico mar (…) a Namíbia é um bom exemplo, faz fortuna a exportar peixe,
marisco…”, rematou.
Há que pensar nisso,
avançou João Lourenço, ter a audácia de apostar em produtos que nos garantem
divisas, que nos permitem arrecadar recursos financeiros fora do petróleo.