Luanda - O Presidente da República, João Lourenço,
garantiu, esta segunda-feira, em Luanda, que a situação política e militar do
país é estável.
Ao dirigir a mensagem sobre o Estado da Nação, por
ocasião da Sessão Solene de Abertura do Ano Parlamentar 2023-2024 da V
Legislatura, o Presidente angolano
informou que não existe quaisquer
ameaças relevantes susceptíveis de pôr em causa a paz, integridade territorial,
soberania e a estabilidade, a ordem pública e o normal funcionamento dos órgãos
constitucionais.
Ressaltou que as Forças Armadas continuam sólidas
e firmes no cumprimento da sua missão principal de defesa do Estado, bem como a
Polícia Nacional em cumprir o propósito de proteger o cidadão e
assegurar a ordem e a tranquilidade públicas.
Lembrou que
foi efectivado o ajustamento salarial do pessoal militar em
61,53% para o vencimento base e 38,47% para outras remunerações.
Formação
Disse que a aposta na formação continua a ser uma
realidade permanente, tendo sido formados três mil 126 militares no
período 2022/2023, sendo 99% dos quais no país, sublinhando que no
quadro da cooperação internacional encontram-se em formação no exterior 887
bolseiros.
Segundo João Lourenço a meta é ter umas Forças Armadas
cada vez mais fortes e preparadas para os desafios próprios da sua natureza,
daí a continuidade ao processo de redimensionamento gradual e o
estabelecimento do número do efectivo militar necessário, entre
outras prioridades.
A aposta na melhoria das infra-estruturas,
salientou, constitui um desafio importante, tendo sido recentemente inaugurada
a nova Base Naval do Soyo, na província do Zaire, com vista assegurar
cada vez mais controlo e vigilância da costa marítima.
O Chefe de Estado explicou ainda que estão em
construção o Centro Nacional de Coordenação e Vigilância Marítima na
província de Luanda e os Centros Regionais de Coordenação e Vigilância Marítima
do Lobito e do Namibe.
Destacou que no âmbito da potenciação da Marinha de
Guerra Angolana, o Executivo vai
adquirir navios de patrulha, corvetas, lanchas de pequeno porte, navios de
desembarque e aviões C-295 para operações de vigilância marítima.
Por outro lado, no âmbito do programa de
melhoramento do subsistema de saúde militar, explicou que o antigo Hospital
Militar Principal está a ser requalificado e vai se dar início às obras de
construção do novo Hospital Militar de Luanda e dos Hospitais Militares Regionais
de Cabinda, Huambo e Moxico, bem como está em curso a preparação das
condições para erguer os Hospitais Militares Regionais da Huíla e do
Uíge.
Apontou ainda a necessidade da contínua valorização e
reconhecimento dos antigos combatentes e veteranos da pátria, tendo sido
realizado o processo de recadastramento e prova de vida, com 85 mil 765
assistidos dos 162 mil 300 previstos, estando 66 mil 396 assistidos aptos para
inserção no SIGFE, gerando uma poupança para potenciar outros benefícios à
classe.
Criminalidade
Na sua mensagem, de mais de duas horas, o Presidente da
República referiu que o índice de criminalidade apresenta uma tendência de
redução, incluindo a criminalidade violenta, com o
sistema penitenciário a controlar uma população penal de cerca de 25 mil
reclusos em 40 estabelecimentos penitenciários, 55% dos quais condenados.
No entanto, lembrou que, apesar dos investimentos
feitos nos últimos anos, há desafios em curso, nomeadamente no défice no
número de efectivos, tendo em conta a extensão territorial e a densidade
populacional do país.
"Precisamos também de continuar a investir nas
infra-estruturas e nos meios técnicos e logísticos próprios da actividade
policial nos mais diferentes domínios", defendeu o Presidente João
Lourenço .
Adiantou que os projectos em curso vão ajudar a
melhorar a capacidade de intervenção, privilegiando o recrutamento e a formação
de mais efectivos para a Polícia Nacional e para os diferentes Serviços
Executivos do Ministério do Interior, de modo a aumentar a capacidade humana.
O Chefe de Estado de a conhecer a construção o Centro
Logístico Operacional de Gestão de Desastres, os Postos de Polícia de
Guarda-Fronteiras em diversas localidades, bem como as Unidades de Reacção
Rápida e Patrulhamento da Polícia Nacional nas províncias da Lunda Norte e
Lunda Sul, para melhorar o asseguramento das zonas de reserva e exploração
diamantífera, para além de outros equipamentos para os serviços
penitenciários e operacionais.
As prioridades, assegurou, passam pela contínua
intervenção preventiva contra a criminalidade e a delinquência, o reforço do
combate ao garimpo ilegal de diamantes e metais preciosos, a humanização do
sistema penitenciário, o reforço da presença das forças de segurança nas
fronteiras, bem como a prevenção de acidentes nas estradas que têm tirado a
vida a muitos angolanos.