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  • 28 Sep 2023

SECRETÁRIO DE DEFESA REITERA COMPROMISSO COM PARCEIROS AFRICANOS

Luanda – Os Estados Unidos da América (EUA) estão profundamente comprometidos em garantir que África desfrute de todas as protecções das regras e normas internacionais que promovam segurança e prosperidade.

A afirmação foi feita esta quarta-feira, em Luanda, pelo secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, quando discursava sobre os novos ângulos da política dos EUA para África e o poder da parceria, no termo de um périplo pelo continente africano, que o levou antes ao Quénia e Djibouti.

Lloyd Austin reiterou a aposta do Governo norte-americano e do Presidente dos Estados Unidos no futuro de África, redobrando esforços na prevenção de conflitos, especialmente através da sua estratégia para prevenir conflitos e promover a estabilidade.

Sublinhou a necessidade do continente ultrapassar ameaças comuns mais urgentes que enfrenta, tendo se manifestado optimista em relação a um futuro partilhado em que exista paz, prosperidade e, acima de tudo, liberdade.

O secretário de Defesa referiu-se, entre outros, ao facto da cooperação militar com os parceiros africanos ser actualmente mais firme, haver colaboração no aprofundamento de relações de defesa, sempre com base na igualdade e respeito mútuo, junção de novos parceiros e a “construção” de coligações para se opor à agressão e defender-se a soberania.

Fez saber que os EUA estão a capacitar os seus parceiros no sentido de encontrarem soluções a nível local, nacional e regional para os perigos que enfrentam, além de trabalhar para ajudar na criação de instituições mais fortes para combater as forças de longo prazo que concebem o extremismo.

Segundo Lloyd Austin, as ameaças incluem o extremismo violento, a pirataria, as vulnerabilidades cibernéticas e as catástrofes climáticas, muitas vezes agravadas por uma governação ténue, instituições predatórias ou pobreza persistente.

“Por isso, estamos determinados a trabalhar com os nossos valiosos parceiros africanos para desenvolver as capacidades de que necessitam para manter as suas populações seguras”, disse, acrescentando que o extraordinário Comando Africano dos EUA, liderado pelo general Michael Langley, presta uma série de apoios às forças de segurança dos parceiros.

De igual modo, referiu, para aumentar as capacidades destes, o Presidente Biden criou, no ano transacto, a “Parceria do Século XXI para a Segurança Africana”.  

O secretário de Defesa fez menção a crueldade de organizações extremistas ou grupos terroristas, como o Al-Shabaad e o ISIS, que visam deliberadamente civis inocentes e provocam a destruição de comunidades no continente, assim como ondas de sofrimento e instabilidade que ultrapassam fronteiras.

Neste sentido, defendeu que as forças de segurança africanas têm de ser capazes de combater estes grupos, defender a sua soberania e proteger o seu povo, tarefa que considerou ponto fulcral para o AFRICOM, Comando dos Estados para África.

Para um sucesso duradouro, disse, os países africanos precisam de instituições reactivas, transparentes e lideradas por civis que respeitem os direitos humanos, defendam o Estado de direito e trabalhem para todos os seus povos.

Considerou igualmente importante que haja maior participação da classe feminina em questões de paz e segurança a nível do continente e destacou o trabalho conjunto para aprofundar a segurança cibernética dos parceiros, bem como para expandir a partilha de informação nesta área, a fim de ajudar os países africanos a combaterem a maldade digital da desinformação externa.

Por outro lado, falou da estreita cooperação na área espacial, com realce para a Nigéria e o Rwanda, países que assinaram, recentemente, os Acordos Artemis, que estabelecem princípios comuns para orientar a exploração espacial, e dos esforços conjuntos no campo da saúde, contra doenças infecciosas e prontidão médica. 

Lloyd Austin efectuou uma visita de 24 horas a Angola, no âmbito de um périplo por África, que o levou ao Djibouti e Quénia.

No país, o responsável norte-americano foi recebido em audiência pelo Presidente da República, João Lourenço, e presenciou a abertura de conversações entre delegações militares de Angola e dos EUA.