GOVERNO TRABALHA PARA SUPERAR DIFICULDADES DOS ANGOLANOS - AFIRMA PR
Luanda -
O Executivo angolano está a empreender um “grande esforço” para superar algumas
dificuldades resultantes da exposição da economia a choques externos, agravada
pelas consequências da pandemia da COVID-19 que afectou seriamente as condições
de vida da população, afirmou segunda-feira, em Luanda, o Presidente da
República, João Lourenço.
“Acreditamos
no sucesso das medidas adoptadas pelo Governo”, disse o Estadista angolano, ao
discursar na cerimónia de abertura das conversações oficiais entre delegações
ministeriais de Angola e Cuba, no quadro da visita de Estado de três dias que o
Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, efectua a Angola.
Para o
Presidente João Lourenço, Angola e Cuba têm preocupações comuns que se prendem
com o combate à pobreza e pelo desenvolvimento económico e social.
“Acredito
que esta convergência de objectivos nos coloca numa posição privilegiada para
nos percebermos um ao outro e pensarmos em estratégias comuns que nos ajudem a
vencer conjuntamente todos os desafios ligados às questões do desenvolvimento,
do progresso e do bem-estar das nossas populações, a que os nossos
governos fazem face diariamente”, exprimiu.
Na
óptica de João Lourenço, é importante pensar em mecanismos práticos que
facilitem o intercâmbio entre ambos os países a todos os níveis, com
realce para o livre comércio, a complementaridade no uso dos recursos
disponíveis, transferência de conhecimento técnico, tecnológico e científico e
a priorização em termos de implementação de projectos de industrialização das
nações, assentes na utilização sustentável das matérias-primas e outros
recursos disponíveis.
Na sua
intervenção, o chefe de Estado angolano reconheceu a luta que Cuba trava
diariamente face ao embargo a que está sujeito há décadas, "mas, que
apesar disso, tem revelado um impressionante nível de resiliência e de
capacidade para encontrar soluções que garantam a sobrevivência do povo cubano
e a preservação da independência".
Notou
que o Governo angolano, em alinhamento com a posição de grande parte da
comunidade internacional, defende o levantamento do bloqueio económico a
que está sujeito este país há décadas.
“Acreditamos
que sem o embargo, Cuba e o povo cubano definirão por si próprios o modelo
político e económico que satisfaça as aspirações de liberdade, justiça e de
desenvolvimento económico e social e manterão trocas comerciais e relações de
cooperação económica com todos os países na base da reciprocidade de
vantagens”, sublinhou.
Paz
mundial
Neste
particular, o Presidente angolano advogou que a paz, objectivo comum
almejado por todas as nações do planeta, ainda não é uma realidade alcançada.
Notou
que é a triste realidade que perdura em África, no Médio Oriente, na Ásia e,
mais recentemente, na Europa, com o eclodir da guerra entre a Rússia e a
Ucrânia que gerou uma crise alimentar e energética sem precedentes e com sérias
consequências para as economias e o bem-estar de povos.
Na sua
óptica, este último conflito, veio mostrar a fragilidade das instituições
criadas para garantir a paz e a segurança mundiais e a sua impotência para
fazer respeitar e cumprir o direito dos povos à Independência, à preservação da
soberania e integridade territorial, como consagrados pelo Direito
Internacional e a Carta das Nações Unidas.
Nesta
esteira, João Lourenço defendeu a necessidade urgente de reformas no Conselho
de Segurança das Nações Unidas com a entrada de novos actores como membros
permanentes deste órgão cuja composição já não reflecte a realidade do mundo
neste século XXI.
“Perante
estas evidências e também diante da improvável vitória militar de qualquer um
dos contendores, para se evitar o escalar do conflito russo-ucraniano para fora
das fronteiras dos beligerantes, torna-se urgente uma abordagem pragmática e
realista da crise, para se encontrar uma solução definitiva que salvaguarde a
paz e segurança universal”, defendeu o Estadista angolano.
Relações
de cooperação
Angola e
Cuba mantêm excelentes relações de cooperação em vários domínios como da
segurança, educação, saúde, transportes, obras públicas, construção, petróleos,
desporto, cultura, turismo e agricultura.
Os dois
Estados estabeleceram relações diplomáticas a 15 de Novembro de 1975, quatro
dias depois da independência de Angola, e um ano depois assinaram o Acordo
Geral de Cooperação, que originou a Comissão Bilateral.