NOTÍCIA
  • 22 Aug 2023

GOVERNO TRABALHA PARA SUPERAR DIFICULDADES DOS ANGOLANOS - AFIRMA PR

Luanda - O Executivo angolano está a empreender um “grande esforço” para superar algumas dificuldades resultantes da exposição da economia a choques externos, agravada pelas consequências da pandemia da COVID-19 que afectou seriamente as condições de vida da população, afirmou segunda-feira, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço.

“Acreditamos no sucesso das medidas adoptadas pelo Governo”, disse o Estadista angolano, ao discursar na cerimónia de abertura das conversações oficiais entre delegações ministeriais de Angola e Cuba, no quadro da visita de Estado de três dias que o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, efectua  a Angola.

Para o Presidente João Lourenço, Angola e Cuba têm preocupações comuns que se prendem com o combate à pobreza e pelo desenvolvimento económico e social.

“Acredito que esta convergência de objectivos nos coloca numa posição privilegiada para nos percebermos um ao outro e pensarmos em estratégias comuns que nos ajudem a vencer conjuntamente todos os desafios ligados às questões do desenvolvimento, do progresso e do bem-estar das nossas populações, a que os nossos governos fazem face diariamente”, exprimiu.

Na óptica de João Lourenço, é  importante pensar em mecanismos práticos que facilitem o intercâmbio entre ambos os países a todos os níveis, com realce para o livre comércio, a complementaridade no uso dos recursos disponíveis, transferência de conhecimento técnico, tecnológico e científico e a priorização em termos de implementação de projectos de industrialização das nações, assentes na utilização sustentável das matérias-primas e outros recursos disponíveis.

Na sua intervenção, o chefe de  Estado angolano reconheceu a luta que Cuba trava diariamente face ao embargo a que está sujeito há décadas, "mas, que apesar disso, tem revelado um impressionante nível de resiliência e de capacidade para encontrar soluções que garantam a sobrevivência do povo cubano e a preservação da independência".

Notou que o Governo angolano, em alinhamento com a posição de grande parte da comunidade internacional, defende o levantamento do bloqueio económico a que está sujeito este país há décadas.

“Acreditamos que sem o embargo, Cuba e o povo cubano definirão por si próprios o modelo político e económico que satisfaça as aspirações de liberdade, justiça e de desenvolvimento económico e social e manterão trocas comerciais e relações de cooperação económica com todos os países na base da reciprocidade de vantagens”, sublinhou.

Paz mundial

Neste particular, o Presidente angolano advogou que a paz, objectivo comum almejado por todas as nações do planeta, ainda não é uma realidade alcançada.

Notou que é a triste realidade que perdura em África, no Médio Oriente, na Ásia e, mais recentemente, na Europa, com o eclodir da guerra entre a Rússia e a Ucrânia que gerou uma crise alimentar e energética sem precedentes e com sérias consequências para as economias e o bem-estar de povos.

Na sua óptica, este último conflito, veio mostrar a fragilidade das instituições criadas para garantir a paz e a segurança mundiais e a sua impotência para fazer respeitar e cumprir o direito dos povos à Independência, à preservação da soberania e integridade territorial, como consagrados pelo Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas.

Nesta  esteira, João Lourenço defendeu a necessidade urgente de reformas no Conselho de Segurança das Nações Unidas com a entrada de novos actores como membros permanentes deste órgão cuja composição já não reflecte a realidade do mundo neste século XXI.

“Perante estas evidências e também diante da improvável vitória militar de qualquer um dos contendores, para se evitar o escalar do conflito russo-ucraniano para fora das fronteiras dos beligerantes, torna-se urgente uma abordagem pragmática e realista da crise, para se encontrar uma solução definitiva que salvaguarde a paz e segurança universal”, defendeu o Estadista angolano.  

Relações de cooperação 

Angola e Cuba mantêm excelentes relações de cooperação em vários domínios como da segurança, educação, saúde, transportes, obras públicas, construção, petróleos, desporto, cultura, turismo e agricultura.

Os dois Estados estabeleceram relações diplomáticas a 15 de Novembro de 1975, quatro dias depois da independência de Angola, e um ano depois assinaram o Acordo Geral de Cooperação, que originou a Comissão Bilateral.