PR CONSIDERA SER MOMENTO PARA MAIOR TRABALHO NO CAMPO
Lubango
- O Presidente da República, João Lourenço, exortou quinta-feira, dia 10, no Lubango, província da Huíla, os
angolanos a arregaçarem as “mangas” e trabalhar mais, sobretudo no campo, com
vista a alcançar a auto-suficiência alimentar e diversificar as
exportações.
João
Lourenço, que discursava na abertura da 4ª edição da Feira dos Municípios
e Cidades de Angola e 9ª do Fórum Nacional dos Municípios e Cidades de
Angola, fez referência à crise alimentar mundial que continua na ordem do dia
da agenda global.
Sublinhou
o facto de o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia agravar a crise
alimentar mundial, por envolver dois dos principais produtores e fornecedores
de cereais para o mundo.
Segundo
o Chefe de Estado, Angola não é uma excepção diante a crise alimentar
mundial e o momento não é de lamentações, muito menos de apontar o dedo a quem
quer seja.
Referiu
que, face ao conflito Rússia-Ucrânia, o preço dos alimentos de maior consumo,
como cereais e não só, vem subindo em todo mundo, com tendência a
piorar.
Nesta
perspectiva, o Presidente da República frisou que Angola precisa tirar maior
proveito possível da abundância e qualidade dos seus solos aráveis, do bom
clima, dos imensuráveis recursos hídricos de que o país dispõe e dos recursos humanos
jovens para transformar essa riqueza potencial em riqueza real.
“A
crise é global e afecta a todos”, exprimiu o Titular do Poder
Executivo, afirmando ser este o momento de o Estado reaver as terras que se
encontram há décadas na posse dos cidadãos que não as exploram e distribuí-las
a quem esteja disposto a trabalhar nelas.
Na sua
visão, esses terrenos abandonados devem ser atribuídos aos jovens que
se encontram ansiosos nas grandes cidades e queiram experimentar outra
realidade, que vai dar mais dignidade as suas vidas.
Segundo
João Lourenço, dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura apontam a região da África Subsahariana como a mais atingida pela
crise alimentar, onde está a maioria dos países nesta situação.
O
Estadista angolano reiterou, por outro, o compromisso do Executivo
continuar a desenvolver estratégias para criar um bom ambiente de negócios,
diversificar a economia, aumentar a produção nacional, as exportações e reduzir
as importações.
Reafirmou
igualmente o compromisso do Estado de aumentar as ofertas de oportunidades e
postos de trabalho.
O
Presidente da República recomendou ainda ao sector bancário para colocar
no centro das prioridades a necessidade premente de financiamento à economia
real, sem que, para tal, seja necessário um aviso do regulador, porque sem o
impulso da banca a economia não cresce.
A
terminar a sua alocução, João Lourenço felicitou a organização da Feira,
almejando que a edição sirva de um verdadeiro palco onde os diferentes agentes
económicos e actores da sociedade civil discutam temas que visam promover
as potencialidades e o mosaico cultural existentes no país.
“É nossa
convicção que está plataforma será um espaço permanente de reflexão, análise e
troca de experiências sobre os desafios da administração local da avaliação do
modelo de desenvolvimento dos nossos municípios que permitirá identificar
caminhos seguros e sustentáveis de dinamização da economia local, com
impacto na vida das famílias e das empresas”, sublinhou .
Após o
corte simbólico da fita da inauguração do certame, o Presidente acompanhado da
Primeira Dama, Ana Dias Lourenço, e de membros do Executivo percorreu os
pavilhões onde estão expostos diversos produtos nacionais.
Virada
para o desenvolvimento sócio-económico do país e para a diversificação da
economia, a Feira dos Municípios reúne exposições das 164 administrações
municipais, dos 18 governos provinciais, de ministérios e de institutos
públicos.