CHEFE DE ESTADO ANALISA SITUAÇÃO ECONÓMICA COM ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS
Luanda -
O Presidente da República, João Lourenço, analisou, quinta-feira, dia 3, a
actual situação económica e financeira do país, com representantes das
associações empresariais que operam em diversos sectores para o desenvolvimento
e diversificação da economia.
O foco
principal da interacção entre o Titular do Poder Executivo e os representantes
da classe empresarial está na busca de ideias e consensos para projectar acções
que visam mitigar os efeitos da actual conjuntura financeira e económica do
país.
Neste
âmbito, o Chefe de Estado recebeu, em ocasiões separadas, no Palácio
Presidencial, Rui Santos, da Associação Nacional dos Avicultores (ANAVI),
Manuel Pacavira, Associação das Indústrias Cimenteiras de Angola (AICA), e
Cléber Correia, Associação dos Profissionais Imobiliários de Angola
(APIMA).
Com o
mesmo propósito, foram recebidos Ramiro Barreira, Associação dos Hotéis e
Resorts de Angola (AHRA), António Pacavira, Associação Nacional do Ensino
Privado (ANEP), e Henriqueta Carvalho, Federação das Mulheres
Empreendedoras de Angola (FEMEA).
Em
declarações à imprensa, os representantes das associações socioeconómicas
ligados ao sector produtivo afirmaram que apresentaram ao Titular do Poder
Executivo as preocupações que os afectam.
De
acordo com presidente da ANAVI, Rui Santos, o incremento da produção de
frangos, por parte dos seus associados, passa por mais e melhores investimentos
no sector e este foi um dos assuntos abordados com o Chefe de Estado.
“Para o
aumento da produção de frangos precisamos de mais milho e soja, ração
alimentar, que são de grande consumo para as aves”, referiu.
Já o
líder da AICA, Manuel Pacavira, disse que a questão do abastecimento de
combustível, a nível das unidades de produção e a redução do Imposto de Valor
Acrescentado (IVA), foram dentre outras, preocupações
apresentadas.
Afirmou
que, actualmente, Angola conta com uma capacidade de produção de cimento
na ordem de oito (8) milhões e 460 mil toneladas por ano, tendo considerado a
indústria cimenteira “muito específica”.
Cléber
Correia, da APIMA, informou que apresentou alguns mecanismo financeiros
para que o sector imobiliário passe a dar passos mais firmes, com realce para a
proposta do diploma alternativo à hipoteca (alienação fiduciária), na qual o
credor consegue resolver determinado incumprimento sem o uso do tribunal.
“Isso
permite estabelecer relações directas entre comprador e vendedor, fazendo com
que o agente privado venha a financiar o próprio comparador de um imóvel,
mecanismo que não implica necessariamente um terceiro (financiador)”,
sustentou.
Com
relação à alta dos preços dos imobiliários, Cléber Correia disse que só
acontece quando não existem imóveis em abundância. “Os créditos
bancários devem funcionar, para que, a partir daí, as especulações de preços
possam baixar”, afirmou.
Por sua
parte, Ramiro Barreira, da AHRA, considerou a conversa sobre a situação do
turismo no país “muito aberta e franca”, e disse que Chefe de Estado propôs
algumas iniciativas no sentido de melhorar e alavancar o sector.
“Temos
muitos desafios e o maior é o de estarmos todos unidos para tornar Angola uma
região com um turismo sólido e forte”, sublinhou.
Por seu
turno, António Pacavira, presidente da ANEP, considerou muito louvável a
iniciativa do Presidente João Lourenço, no sentido de uma gestão participativa,
salientando que a instituição que dirige fez chegar a proposta referente
ao imposto industrial, para que seja reduzida dos actuais 25 para 10 por
cento.
Informou
que solicitaram também a abertura de uma linha de crédito para o sector da
educação, à semelhança do que já acontece com os sectores da agricultura e
indústria.
“Precisamos
de beneficiar dos juros bonificados, porque até então, nós pagamos juros muito
alto. As escolas precisam de fazer investimentos todos os anos em computadores
e laboratórios”, notou António Pacavira, referindo que, actualmente, para
apetrechar um laboratório os custos rondam em 30 milhões de kwanzas.
Também
em declarações aos jornalistas, Henriqueta Carvalho, da FEMEA, adiantou
que propôs ao Titular do Poder Executivo a criação de um fundo financeiro para
as mulheres, bem como abordou a questão de mais apoios para a
agricultura, a capacitação e formação em agronegócios, indústria e
alfabetização.
O
Presidente da República recebeu também, em momentos diferentes, o
presidente da Associação de Jovens Empresários de Angola (AJEA),
Alfredo Cumbi, o líder do Fórum Internacional de Jovens com as Embaixadas
(FUE), Clinton Matias, e o representante da Liga das Associações de Pesca
(LASPAS), Jorge Hilário.
O
ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, e
o secretário do Presidente para o Sector Produtivo, Isaac dos Anjos,
testemunharam as audiências.