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  • 04 Aug 2023

CHEFE DE ESTADO ANALISA SITUAÇÃO ECONÓMICA COM ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS

Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, analisou, quinta-feira, dia 3, a actual situação económica e financeira do país, com representantes das associações empresariais que operam em diversos sectores para o desenvolvimento e diversificação da economia.

O foco principal da interacção entre o Titular do Poder Executivo e os representantes da classe empresarial está na busca de ideias e consensos para projectar acções que visam mitigar os efeitos da actual conjuntura financeira e económica do país. 

Neste âmbito, o Chefe de Estado recebeu, em ocasiões separadas, no Palácio Presidencial, Rui Santos, da Associação Nacional dos Avicultores (ANAVI), Manuel Pacavira, Associação das Indústrias Cimenteiras de Angola (AICA), e Cléber Correia, Associação dos Profissionais Imobiliários de Angola (APIMA). 

Com o mesmo propósito, foram recebidos Ramiro Barreira, Associação dos Hotéis e Resorts de Angola (AHRA), António Pacavira, Associação Nacional do Ensino Privado (ANEP), e Henriqueta Carvalho, Federação das Mulheres Empreendedoras de Angola (FEMEA).

Em declarações à imprensa, os representantes das associações socioeconómicas ligados ao sector produtivo afirmaram que apresentaram ao Titular do Poder Executivo as preocupações que os afectam.  

De acordo com presidente da ANAVI, Rui Santos, o incremento da produção de frangos, por parte dos seus associados, passa por mais e melhores investimentos no sector e este foi um dos assuntos abordados com o Chefe de Estado.

“Para o aumento da produção de frangos precisamos de mais milho e soja, ração alimentar, que são de grande consumo para as aves”, referiu. 

Já o líder da AICA, Manuel Pacavira, disse que a questão do abastecimento de combustível, a nível das unidades de produção e a redução do Imposto de Valor Acrescentado (IVA), foram  dentre outras, preocupações apresentadas.  

Afirmou que, actualmente, Angola conta com uma capacidade de produção de cimento na ordem de oito (8) milhões e 460 mil toneladas por ano, tendo considerado a indústria cimenteira “muito específica”.

Cléber Correia, da APIMA, informou que apresentou alguns mecanismo financeiros para que o sector imobiliário passe a dar passos mais firmes, com realce para a proposta do diploma alternativo à hipoteca (alienação fiduciária), na qual o credor consegue resolver determinado incumprimento sem o uso do tribunal. 

“Isso permite estabelecer relações directas entre comprador e vendedor, fazendo com que o agente privado venha a financiar o próprio comparador de um imóvel, mecanismo que não implica necessariamente um terceiro (financiador)”, sustentou. 

Com relação à alta dos preços dos imobiliários, Cléber Correia disse que só acontece quando não existem imóveis em abundância.  “Os créditos bancários devem funcionar, para que, a partir daí, as especulações de preços possam baixar”, afirmou.

Por sua parte, Ramiro Barreira, da AHRA, considerou a conversa sobre a situação do turismo no país “muito aberta e franca”, e disse que Chefe de Estado propôs algumas iniciativas no sentido de melhorar e alavancar o sector. 

“Temos muitos desafios e o maior é o de estarmos todos unidos para tornar Angola uma região com um turismo sólido e forte”, sublinhou. 

Por seu turno, António Pacavira, presidente da ANEP, considerou muito louvável a iniciativa do Presidente João Lourenço, no sentido de uma gestão participativa, salientando que a instituição que dirige fez chegar a proposta referente ao imposto industrial, para que seja reduzida dos actuais 25 para 10 por cento.  

Informou que solicitaram também a abertura de uma linha de crédito para o sector da educação, à semelhança do que já acontece com os sectores da agricultura e indústria.  

“Precisamos de beneficiar dos juros bonificados, porque até então, nós pagamos juros muito alto. As escolas precisam de fazer investimentos todos os anos em computadores e laboratórios”, notou António Pacavira, referindo que, actualmente, para apetrechar um laboratório os custos rondam em 30 milhões de kwanzas. 

Também em declarações aos jornalistas, Henriqueta Carvalho, da FEMEA, adiantou que propôs ao Titular do Poder Executivo a criação de um fundo financeiro para as mulheres, bem como abordou a questão de mais apoios para a  agricultura, a capacitação e formação em agronegócios, indústria e alfabetização. 

O Presidente da República recebeu também, em momentos diferentes, o presidente  da Associação de Jovens Empresários de Angola (AJEA), Alfredo Cumbi, o líder do Fórum Internacional de Jovens com as Embaixadas (FUE), Clinton Matias, e o representante da Liga das Associações de Pesca (LASPAS), Jorge Hilário.

O ministro de Estado para a  Coordenação Económica, José de Lima Massano, e o secretário do Presidente para o Sector  Produtivo, Isaac dos Anjos, testemunharam as audiências.