COMISSÃO ECONÓMICA APROVA MEDIDAS PARA REVERTER REDUÇÃO DA RECEITA ORÇAMENTAL
Luanda -
A Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou, sexta-feira, dia 15, medidas de curto e médio prazos,
destinadas a fazer face à redução da receita orçamental que o país enfrenta.
O
comunicado final da sessão informa que as medidas estão contidas num memorando
que prevê a redução da despesa pública e da potenciação da receita.
A acção,
prossegue o documento, visa assegurar a sustentabilidade da dívida, reverter o
défice orçamental, impulsionar a diversificação económica e assegurar a
resiliência da economia nacional.
Na
reunião, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, a equipa
económica do Executivo angolano adoptou, também, medidas de curto prazo que
visam estimular a economia e dinamizar o seu potencial de crescimento.
O
comunicado, divulgado no final da sessão, refere que com essas medidas o
Executivo pretende partilhar, com os agentes económicos, as prioridades de
produção e segurança alimentar.
As
medidas visam, de igual modo, a protecção e criação de postos de trabalho, bem
como a elevação da competitividade dos produtos "Feito em Angola".
No foco
das referidas medidas estão, igualmente, o desagravamento do custo de vida,
particularmente com a aquisição de bens alimentares.
Estratégia
de longo prazo
A
Comissão Económica aprovou a Estratégia de Longo Prazo, Angola 2050,
instrumento central do Sistema Nacional de Planeamento, que representa uma
mudança de paradigma em relação à anterior estratégia.
Segundo
o documento, a substituição da estratégia se deve ao desfasamento dos
resultados alcançados anteriormente decorrentes de factores internos e
externos, da necessidade de alinhamento com os novos compromissos
internacionais assumidos pelo país.
Sector
dos transportes
No
domínio dos transportes, a Comissão Económica aprovou um Decreto Presidencial
que define os usos do perímetro da Reserva Fundiária do Estado adjacente ao
Aeroporto Internacional António Agostinho Neto.
A medida
visa assegurar a funcionalidade, sustentabilidade, o desenvolvimento económico
e social daquela infra-estrutura aeroportuária, bem como das áreas adjacentes.
No mesmo
sector (transportes) foi apreciado o Despacho Presidencial que cria a Comissão
Multissectorial de Desenvolvimento da Cidade Aeroportuária de Icolo e Bengo,
coordenada pelo ministro de Estado e da Coordenação Económica.
No
âmbito da referida Comissão Multissectorial é da competência do ministro de
Estado e da Coordenação Económica, entre outras tarefas, a realização de
estudos prévios, elaboração de modelo de gestão administrativa, urbanística,
imobiliária e funcionamento.
Na
sessão desta sexta-feira, a Comissão Económica tomou conhecimento de um Decreto
Executivo que aprova o Regulamento do Grupo Técnico de Apoio à Comissão
Multissectorial para o Desenvolvimento da Cidade Aeroportuária do Icolo e
Bengo, abreviadamente designado por GI-DCAIB.
Sector
das finanças
Sobre o
sector das finanças, a equipa económica deu aval à programação financeira
do Tesouro Nacional referente ao III trimestre de 2023, documento que contém as
projecções das entradas e saídas de recursos financeiros no período em
referência.
O
referido documento contém, também, aspectos ligados à receita, com incidência
directa e indirecta de tesouraria, bem como uma abordagem sobre os riscos da
sua execução.
No mesmo
domínio, foram aprovados os relatórios de execução do Orçamento Geral do Estado
(OGE), referente aos III e IV trimestres de 2022, assim como o Relatório de
Execução do Orçamento Geral do Estado, referente ao I trimestre de 2023.
Os
referidos documentos apresentam a execução do OGE reflectidos nos balanços
orçamentais, financeiro, patrimonial e na demonstração das suas variações.
A
Comissão Económica recebeu informações sobre a evolução do Produto Interno
Bruto (PIB) relativo ao I Trimestre de 2023.
O
documento avalia o comportamento do referido indicador económico durante o
período em referência.
Segundo
o comunicado, o desempenho do PIB foi afectado pela contracção do segmento
petrolífero, incluindo o gás, não obstante o desempenho positivo do sector não
petrolífero, entre os quais, transportes, diamantes e minerais metálicos,
electricidade e águas.
Compete
à Comissão Económica do Conselho de Ministros tratar da agenda macroeconómica
do Executivo e assegurar a condução da gestão macroeconómica em harmonia com os
objectivos e as prioridades económicas do Programa de Governação do Presidente
da República.