JOÃO LOURENÇO E FÉLIX TSHISEKEDI ABORDAM SITUAÇÃO NA RDC
Luanda- O
Presidente da República, João Lourenço, abordou nesta quarta-feira, em Luanda,
com o seu homólogo da República Democrática do Congo (RDC), Félix Antoine
Tshisekedi, a evolução do processo de segurança e pacificação no Leste deste
país, que vive um conflito interno armado.
Félix
Tshisekedi, que esteve em Luanda durante algumas horas, falou com o Presidente
João Lourenço, dentre outros assuntos, de aspectos sobre o acantonamento das
forças do M23, de acordo com os entendimentos alcançados no quadro da mediação
exercida pelo Chefe de Estado angolano.
A
mediação angolana do conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC)
resultou num acordo de cessar-fogo naquela região, desde 7 de Março deste ano.
A
Assembleia Nacional angolana aprovou no mês passado, a pedido do Presidente da
República, por unanimidade, o envio de um contingente de 500 soldados das
Forças Armadas Angolanas (FAA) para a RDC.
O
efectivo, que deverá permanecer nesse país durante 12 meses, será integrado por
um batalhão das FAA e respectivos componentes, bem como meios
financeiros avaliados em 11 mil 266 milhões e 872 mil kwanzas, que deverão
ser remanejados no quadro do orçamento do sector de Defesa e Segurança.
A missão
angolana deve assegurar as áreas de acantonamento dos elementos do M23 e
proteger os integrantes do mecanismo Ad-Hoc de verificação, na sequência do
cessar-fogo entre as tropas governamentais e os rebeldes.
Numa
minicimeira sobre a paz e segurança na região dos Grandes Lagos, realizada em
Addis Abeba, Etiópia, a 17 de Fevereiro de 2023, os Chefes de Estado e de
Governo africanos mandataram" Angola, em coordenação com o ex-Presidente
do Quénia, Uhuru Kennyatta, facilitador designado pela Comissão da África
Oriental, para manterem contactos com a liderança do grupo rebelde Movimento 23
de Março (M23).
O M23
foi criado em 2012 quando soldados da RDC se revoltaram pela perda do
poder do seu líder, Bosco Ntaganda, processado pelo Tribunal Penal
Internacional (TPI) por crimes de guerra e por supostos incumprimentos do acordo
de paz de 23 de Março de 2009, que dá nome ao movimento.