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  • 11 Apr 2023

PR DESTACA SOLIDARIEDADE DE ANGOLA PARA COM OUTROS ESTADOS

Luanda - A República de Angola, na base da sua experiência, tem procurado ajudar os países irmãos a debelar os conflitos que os afectam, através do diálogo e busca pela paz, afirmou nesta terça-feira, em Luanda, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço.

O Estadista angolano fez esta  afirmação quando discursava no acto de abertura da IX Conselho Consultivo Alargado do Ministério das Relações Exteriores, no qual participam chefes das missões diplomáticas e consulares.

Na ocasião, advogou que com a paz e estabilidade, os países em conflitos ainda latentes passarão a dedicar todas as energias e recursos disponíveis ao serviço exclusivo do desenvolvimento económico e social da população.

“A região dos Grandes Lagos, que abarca um considerável número de países, é bastante rica em recursos minerais, hídricos, florestais e terras aráveis, cujo desenvolvimento vem sendo adiado ao longo de décadas pela instabilidade quase permanente que ali reina”, lamentou o Presidente angolano numa referência à situação  político-militar vivida em alguns países africanos.

De acordo com João Lourenço, as populações desses países não estão a beneficiar do grande potencial existente, quer do ponto de vista económico, social, quer  comercial. 

Disse que, embora no Leste da  República Democrática do Congo (RDC) actuem vários grupos, abre-se hoje uma janela de oportunidade para o acantonamento, desarmamento e reintegração dos elementos do grupo armado M23.  

Com respeito ao cessar-fogo em vigor há cerca de um mês no Leste da RDC, o Presidente João Lourenço afirmou que  “tudo deve ser feito para a efectivação, de facto, dos passos necessários, com a urgência que o caso requer para não se perder a janela de oportunidade que se abriu”.

Lembrou que Angola foi vítima da invasão e ocupação de parte do seu território, por parte do exército do antigo regime do Apartheid da África do Sul.

Perante aquele cenário, disse, os angolanos bateram-se no terreno e venceram as sucessivas batalhas que culminaram na batalha do Cuito Cuanavale, mas que talvez não se  tivesse alcançado a paz definitiva para Angola, a Independência da Namíbia, a libertação de Nelson Mandela e a queda do regime do Apartheid, “se não tivéssemos negociado e assinado os Acordos de Nova Iorque”.

“Por isto é que a diplomacia angolana defende a resolução negociada e pacífica dos conflitos, seja de que dimensão e envergadura forem e em qualquer continente”, exprimiu.

Conflitos na Europa e no Médio Oriente 

 

João Lourenço reconheceu que o Mundo acompanha com muita preocupação o eclodir da guerra entre a Rússia e  a Ucrânia e a anexação de territórios de um país independente, "situação que Angola condena". 

Neste sentido, o chefe de Estado angolano apelou a um cessar-fogo imediato e incondicional, para se criar o ambiente para o início de negociações, com vista ao estabelecimento de uma paz duradoura e se evitar o escalar de uma guerra que já causou a maior crise humanitária, alimentar e energética que o mundo conhece desde o fim da II Guerra Mundial em 1945.

Para o Estadista angolano, a guerra entre a Rússia e Ucrânia representa a maior ameaça à paz e segurança mundiais, pelo envolvimento directo e indirecto das maiores potências internacionais. 

De acordo com o Presidente da República, um  mundo sem regras é extremamente perigoso para todos, mesmo para os que se consideram mais fortes e invencíveis.    

Sublinhou que todos os factos mais recentes ocorridos na arena internacional evidenciam a urgência de se reestruturar o Conselho de Segurança das Nações Unidas, garantindo a presença, como membros permanentes, de regiões do planeta hoje excluídas como a África e a América Latina e do Sul, cuja voz não pode ser negligenciada porque pode ser determinante na tomada de decisões das questões fulcrais como a paz e a segurança, segurança alimentar, defesa do ambiente, saúde pública e outros que têm a ver com a sobrevivência de todos a nível global. 

“Não foram encontradas ainda soluções seguras e duradouras para as situações de conflitos perigosos e prolongados como o da península coreana e o israelo-palestino, cujas resoluções do Conselho de Segurança vêm sendo desrespeitadas e ignoradas”, acrescentou.