PGR CONFIRMA MANDADO DE CAPTURA INTERNACIONAL CONTRA ISABEL DOS SANTOS
Luanda - A
Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou, esta segunda-feira, ter
emitido um mandado de captura internacional contra a
empresária Isabel dos Santos, junto da Interpol.
Esta
informação foi prestada, à imprensa, pelo procurador-geral da
República, Hélder Pitta Gróz, à margem do Conselho de Direcção da
PGR, que decorre em Luanda.
De
acordo com o magistrado, há um processo crime em curso desde 2018 contra Isabel
dos Santos, tendo havido uma tentativa da PGR para notificá-la na sua
residência no condomínio do Morro Bento, em Luanda.
Segundo
o magistrado, a empresária se negou a assinar a notificação, tendo abandonado o
país a posterior.
Referiu
que, na sequência, foram feitas várias notificações entregues no escritório de
advogados encarregue da defesa de Isabel dos Santos.
Hélder
Pitta Gróz disse que as notificações também foram entregues nas empresas com as
quais a empresária tinha ligação, nomeadamente na Unitel e ZAP.
“Em
Abril do ano em curso quando a PGR tomou conhecimento da sua estadia na Holanda
emitiu uma carta rogatória, a fim da mesma ser ouvida naquele país
europeu, tendo mais uma vez rejeitado a assinar a notificação e muito
menos ser interrogada”, disse.
Segundo
o procurador-geral da República, estes factos levaram a instituição a emitir um
mandado de captura internacional junto da Interpol, por desconhecer
o seu actual paradeiro.
Referiu
que em Angola há uma representação da Interpol, cabendo agora a esta
instituição os passos subsequentes.
Sobre
Isabel dos Santos pesa a acusação de ter prejudicado o Estado angolano em mais
de 200 milhões de euros.
A 30 de
Dezembro de 2019, o Tribunal Provincial de Luanda decretou o arresto preventivo
de contas bancárias pessoais de Isabel dos Santos.
Entretanto,
várias operações da empresária estão a ser investigadas em Portugal. A 11
de Janeiro de 2020
o Executivo angolano anunciou que está a
preparar a batalha judicial para o confisco dos bens de Isabel dos Santos em
Portugal.
Essa
acção está já em prática na forma de uma carta rogatória enviada a Portugal,
que impediu a transferência de fundos do Banco Comercial Português (BCP) para
um banco na Rússia.