A reunião de Dirigentes Militares das Forças Armadas
Angolanas, que decorreu de 08 a 10 deste mês, na cidade do Lubango, província
da Huíla, avaliou a situação político-militar do país, bem como o grau de
cumprimento da Directiva do Comandante-em-Chefe sobre a Reestruturação e
Redimensionamento das FAA.
O encontro decorrido no Centro de Conferências
Comandante José Manuel Paiva “Bula”, na Região Aérea Sul, avaliou as
capacidades operacionais das FAA durante o Ano de Instrução 2021-2022 e traçou
as perspectivas para o Ano de Instrução 2022-2023.
De igual modo procedeu a avaliação das capacidades de
asseguramento das FAA, durante o Ano de Instrução 2021-2022.
Discurso da
Sessão de abertura
Ao discursar na cerimónia de abertura do encontro, o
ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República,
Francisco Pereira Furtado deu a conhecer que ainda este ano, uma universidade
militar para os distintos Ramos de Defesa e Segurança das Forças Armadas
Angolanas (FAA), deverá entrar em
funcionamento com o foco direcionado em matérias ligadas a consciência
patriótica, cívica e jurídica .
Na reunião que contou com a participação de Generais e Almirantes dos órgãos de Direcção
dos três Ramos das FAA, Francisco Furtado afirmou que a universidade vai formar
tropas com “forte temperamento” do ponto de vista da sua consciência
patriótica, cívica e jurídica, para que sejam sempre capazes de encarar, com
prudência, resiliência e determinação situações atípicas que o serviço impuser,
tanto de âmbito militar, como social.
De acordo com o dirigente, a crise provocada pela
pandemia da Covid-19 abriu a necessidade de se pensar na formação das
tropas, no país, ao contrátio do exterior, e a solução passa pela construção de
um estabelecimento de ensino superior para o efeito.
Por esta razão, disse ser fundamental que se
continue a apostar no treinamento, através da realização de exercícios,
manobras e aulas práticas nas várias especialidades, sem se perder de
vista aquelas ligadas às missões de manutenção de paz, ajuda humanitária
e busca e salvamento.
Sublinhou que ao longo do seu percurso as FAA
enfrentaram e suportaram situações delicadas, mas não declinaram as suas
responsabilidades para com a Pátria.
Francisco Furtado defendeu a constituição
de forças armadas mais robustas e flexíveis, daí a necessidade do seu
rejuvenescimento e reequipamento, para conferir-lhes maior capacidade
operacional.
Outra aposta, segundo o ministro, passa pelas acções de
treinamento contínuo e eficaz das tropas no geral, através de
realização de exercícios, manobras e aulas.
Reestruturação vai melhorar controlo e gestão nas FAA
No seu discurso, Francisco Furtado afirmou que a
reestruturação em curso nos órgãos do Ministério da Defesa Nacional e Veteranos
da Pátria e nas Forças Armadas Angolanas trará melhorias no sistema de controlo
e gestão do efectivo no país.
Esse processo, disse o governante vai contribuir
igualmente para uma melhor gestão dos meios materiais, técnicos, logísticos e
financeiros disponíveis.
O objectivo, de acordo com Francisco Furtado é promover
melhores condições de vida e de trabalho aos Oficiais, Sargentos, Praças,
Soldados e e trabalhadores civis.
Disse tratar-se de um redimensionamento que vai tornar
as FAA numa instituição ajustada às necessidades de defesa do país,
embora admita que a acção será criticada por alguns e outros vão tentar
desacreditar, sublinhando, porém, que as autoridades estão focadas nos
objectivos reais e no fim será “airoso” o processo.
Francisco Furtado realçou a necessidade de maior
interacção entre os órgãos, para corrigir o que está errado, de modo a criar-se
sinergias de profissionalização das forças castrenses mediante
melhoria das condições de aquartelamento.
Reforçou que maior atenção está a ser dada à
assistência médica e medicamentosa, à ressocialização dos militares em conflito
com a lei, à educação jurídica, moral e cívica, assim como ao respeito
pelos valores e símbolos nacionais.
Encorajou a equipa técnica e encarregue de conduzir
esse processo a redobrar esforços e mobilizar recursos e meios para o
sucesso da tarefa.
Sob o lema “Forças Armadas Angolanas, com lealdade
e firmeza, fortaleçamos a paz, a segurança e a estabilidade nacional”, o
encontro foi orientado pelo Chefe do Estado Maior General das FAA, General de
Exército, António Egídio de Sousa Santos “Disciplina”.