HISTÓRIA DA FORÇA AÉREA NACIONAL


Foto de Arquivo


Após a proclamação da independência nacional, em 11 de Novembro de 1975, Angola foi vítima de uma guerra cruel. Esta situação determinou a que o Estado angolano fosse obrigado a tomar uma série de decisões estratégicas, visando a criação de um Sistema Nacional de Defesa capaz de preservar a Independência, a Soberania e a Integridade do Território Nacional.

 

Nesta sequência, a 21 de Janeiro de 1976 é fundada a Força Aérea, sendo a sua missão principal a Defesa, Vigilância do Espaço Aéreo Nacional e a Integridade Territorial da Nação Angolana.

 

ETAPAS DO SEU DESENVOLVIMENTO

 

Ao longo da sua existência a Força Aérea atravessou várias etapas de desenvolvimento.

 

Numa 1ª etapa, procede-se à integração de alguns quadros de relevo, provenientes da Guerrilha, com a finalidade de organizar o processo da fundação da Força Aérea.

 

Simultaneamente, procedeu-se à Mobilização, Recrutamento, Selecção e Incorporação de cidadãos formados, Quadros Pilotos e Técnicos, que serviram a Força Aérea Portuguesa e Direcção de Transportes Aéreos, DTA.

 

De seguida, procedeu-se à ocupação das Instalações Aeronáuticas, com a finalidade de alojar o pessoal recentemente incorporado, acondicionamento de equipamentos e diversa tecnologia.

Numa 2ª etapa procedeu-se:

 

- À implementação da Estrutura Orgânica do Ramo;

- À aquisição e emprego dos primeiras equipamentos, tais como: Aeronaves, Radares de Vigilância e Artilharia Antiaérea;

- Ao Início da campanha de recrutamento de jovens estudantes levado a cabo em diversos Estabelecimentos de Ensino;

- À reorganização das Bases Aéreas de Luanda, Negage e Saurimo.


Entre 1977 e 1978, organizam-se as primeiras esquadras operacionais de ALL-III, MIG-17, de transporte e reconhecimento com aeronaves do tipo Northatlas, DC-3, Cessna e Islander.

 

Outros eventos de relevo, a partir de 1978: a chegada dos primeiros Quadros Nacionais formados em Cuba e na ex-União Soviética; a recepção e implantação do Sistema de

Defesa Anti-Aérea e da Rede de Radares de Vigilância do tipo P-37, P-15, P-12 e PRV-11;

 

A criação das Esquadras Operacionais:

• De caça, equipadas com aeronaves MIG-21;

• De helicópteros, equipadas com aeronaves MI-8;

• De patrulhamento marítimo, equipadas com aeronaves FOKKER-27 e Hércules C-130;

• Incremento de aeronaves na Esquadra de Transporte do tipo YAK-40, AN-12 e AN-26.


Em 1979, regista-se a chegada da 1ª Brigada de Mísseis de Médio Alcance, formada na ex-União Soviética e instalada na Região Sul do País, constituindo assim um Vector essencial na Defesa Aérea.

 

Em 1981, é criada a Escola Nacional de Aviação Militar, Comandante José Maria Paiva “Bula” no Negage, como resposta às necessidades de Pessoal Aeronáutico, no interior do País.

 

Em 1985, é criada a Escola Nacional de Aviação Ligeira Comandante Nzembo Faty “Veneno”, no Lobito, com características diferentes da anterior.

 

Entre 1985 e 1988, a Força Aérea foi reequipada com Meios Aéreos e de Defesa Anti-Aérea, tecnologicamente evoluídos: MIG-23, SU-22, SU-25, PC- 7, PC-9, MI-17, MI-25, MI-35,

 

Toda a extensão do território nacional passa a ter uma cobertura de radar total, registando-se nesta altura o aumento da capacidade do controlo do espaço aéreo e de Defesa Anti-Aérea.

 

Nesta altura, foram então criadas as Regiões Aéreas e de Defesa Anti- Aérea, Norte e Sul (RADAAN e RADAAS). Com essas condições em 1988/89 foi possível conduzir Operações Aéreas na retaguarda do inimigo, nas localidades de Rundu, Ondangua e Ruacaná, obrigando-o a repensar sua estratégia.

 

Nesta conformidade, foi alcançada uma capacidade combativa, contrapondo-se à superioridade aérea, até então detida pela Força Aérea Sul-africana. Este facto determinou a mudança da correlação de forças no teatro operacional, obrigando o governo do Apartheid a abandonar a opção militar e negociar a independência da Namíbia com base na resolução 435/78 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

 

Termina assim a Fase Combativa da FAPA/DAA, que tinha como lema principal: “ ASAS DA REVOLUÇÃO, CANHÕES DA LIBERDADE NA CONSTRUÇÃO DA PÁTRIA SOCIALISTA”.

 

Em 1991, com a assinatura dos Acordos de Paz de Bicesse, cria-se uma nova Era.

 

As Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) – Exército Governamental e as Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA) do movimento UNITA, até então envolvidas no conflito armado, são extintas, criando-se as Forças Armadas Angolanas (FAA), únicas, apartidárias e subordinadas ao Estado Angolano.

 

Como consequência, a Força Aérea Popular de Angola/Defesa Anti-Aérea (FAPA/DAA) foi redimensionada, passando a designar-se Força Aérea Nacional Angolana (FANA), adoptando uma nova Estrutura Organizacional e um novo Sistema de Forças e Meios.

 

Nesta base, foram reajustadas as tarefas e missões da Força Aérea, no quadro da nova situação.

 

Assim, a Força Aérea, em conjunto com os outros ramos das Forças Armadas, tem por missão participar na defesa nacional, contribuir para a garantia da independência nacional, da integridade nacional, da liberdade e segurança das populações, contra qualquer agressão ou ameaça externa, no quadro da Constituição, da Lei e das Convenções Internacionais. Deve ainda aprontar e manter as forças para:

 

− Defesa do espaço aéreo nacional;

− Vigiar as áreas vitais, a Zona Económica Exclusiva e assegurar a protecção dos interesses nacionais;

− Cooperar nas batalhas aero-navais e aero-terrestres.


Compete ainda à Força Aérea:


− Colaborar nas acções de socorro, assistência em situação de catástrofes, calamidades e acidentes;

− Executar as acções de busca, salvamento e resgate, relativas a aeronaves e navios em perigo ou acidentados e prestar apoio no âmbito geral aeronáutico.

− Levar a cabo tarefas para o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo Estado Angolano (SADC, CEAAC, CPLP, etc).


Até 1992, a Força Aérea possuía no seu dispositivo acima de:

− 80 Aeronaves de transporte;

− 15 Aeronaves de reconhecimento e ataque ao solo;

− 190 Helicópteros;

− 100 Caças-bombardeiros;

− 40 Caças-interceptores;

− 15 Complexos de mísseis Anti-Aéreos do tipo “Petchora”;

− 6 Complexos de Mísseis Anti-Aéreos do tipo “ Volga”;

− 35 Baterias de Artilharia Anti-Aérea;

− 25 Radares integrados nos complexos de mísseis;

− 400 Complexos de mísseis portáteis do tipo C2-M e “IGLA”.


Com o reacender da guerra pós-eleitoral, inicia-se o trabalho de reorganização das unidades combativas e de asseguramento, da recuperação da Técnica Aeronáutica, do refrescamento do Pessoal Navegante e Técnico e formaram-se inicialmente duas Agrupações, Luanda e Lubango, e em 1993 cria-se a Agrupação da Catumbela, com aeronaves MIG-21 e MIG-23, SU-22 e SU-25.

 

Com o desenrolar da guerra, houve necessidade de adquirir novos meios, para dar resposta ao novo cenário do teatro operacional, até à conquista da paz em 04 de Abril de 2002.

FAN - NA DEFESA DO ESPAÇO AÉREO, SEMPRE!