Luanda -
O Presidente da República, João Lourenço, negou, esta quinta-feira, que haja
recuo na sua estratégia de combate à corrupção e de abertura democrática em
Angola.
Segundo
o Chefe de Estado angolano, que falava a jornalistas de cinco órgãos de
comunicação social, entre nacionais e estrangeiros, o país marcou passos no
domínio da abertura democrática, tendo dado como exemplo a expansão do sinal da
Rádio Ecclésia pelo país.
João
Lourenço referiu-se ainda, a esse respeito, à retoma das transmissões em
directo das reuniões da Assembleia Nacional, sublinhando que os números da
Procuradoria Geral da República (PGR) sustentam o facto de o seu Executivo não
recuar na luta contra a corrupção.
A
Procuradoria Geral da República (PGR) instruiu, nos últimos quatro anos, 2.300
processos judiciais (crimes económicos) dos quais 330 transitaram em julgado.
O
Presidente da República adiantou que 26 destes crimes de colarinho branco terminaram
em condenações, alguns dos quais em segunda instância.
João
Lourenço falou à imprensa no quadro da iniciativa presidencial inaugurada em
Janeiro de 2018.
Nesse
quadro, o Presidente da República falou sucessivamente num segundo encontro
amplo no final do mesmo ano e, mais tarde, concedeu entrevistas direccionadas,
em exclusivo umas vezes, e em formato partilhado, noutras, como sucedeu com o
semanário Novo Jornal e a Televisão Pública de Angola.
Desta
vez, cinco órgãos ( Jornal de Angola, Jornal Expansão, Jornal o País, TV
Zimbo e Agência Lusa) tiveram a oportunidade de colocar questões directas ao
Presidente da República, sendo que outros meios de imprensa o farão em ocasiões
futuras.
Repúdio
ao Culto à personalidade
Neste
capítulo, o Titular do Poder Executivo, repudiou o culto à personalidade e à
bajulação, que considerou nefastos à actual conjuntura do país.
Enfatizou
que, nos últimos tempos, tem combatido o culto de personalidade e a bajulação
com actos concretos e não apenas com discursos.
“O culto
de personalidade e a bajulação são nefastos," observou.
Eleições
Gerais
O
Estadista angolano assegurou, por outro lado, que as eleições gerais vão
acontecer em Agosto deste ano, sublinhando não haver como não realizar as
eleições, porque a Constituição da República assim o impõe.
Informou,
a propósito, que a oportunidade para ganhar as Eleições é igual sempre a todos
os concorrentes.
“Só
depende da preparação. Estamos a ver como a oposição está a se preparar,
queimando pneus", expressou.
O
Presidente da República observou que, nas eleições que se avizinham, a oposição
é que sabe com quem vai se alinhar.
"Num
jogo, a gente não escolhe o adversário'', disse o Presidente João Lourenço,
para quem o MPLA (partido que sustenta o seu governo) está preparado para
enfrentar o adversário, quer se apresente sozinho, quer se apresente coligado.
Na
sua óptica, se o principal adversário do MPLA recorrer a uma coligação para
derrotar o partido no poder, "é sinal de que está pior em relação às eleições
anteriores. Que se coliguem".
No seu
entender, os eleitores não vão entregar o poder a um concorrente "só
porque acha que chegou a sua vez e está no direito de ganhar as eleições".
Na
entrevista colectiva, João Lourenço indicou, também, que o Executivo negociou
com o Banco alemão uma linha de crédito a fim de servir exclusivamente o sector
privado, notando que essa linha de crédito está disponível para três anos.
Fez
saber que a única empresa que beneficiou desta linha de crédito, no valor de
200 milhões de euros, chama-se Leonel Carrinho, acrescentando que ainda estão
disponíveis 800 milhões.
Em
relação à Omatapalo, disse ser uma empresa nacional e de grande dimensão que
está a executar grandes empreitadas de obras públicas.
"Construiu
o novo Complexo Hospital Cárdio-respiratório Dom Alexandre do Nascimento”, em
Luanda, exprimiu.