Luanda - O Presidente da República, João Lourenço, defendeu sábado passado (17), a criação de um banco de investimento, para dinamizar o desenvolvimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Ao discursar na qualidade de presidente em exercício da CPLP, na sessão de encerramento da XIII Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da organização, João Lourenço disse que, apesar da crise sanitária da Covid-19, que reduziu a actividade económica, a circulação de pessoas e o encerramento de fronteiras, é necessário o fomento da produção para satisfazer as necessidades e expectativas dos cidadãos da comunidade.
O Chefe de Estado angolano nesta Conferência assumiu a liderança rotativa da CPLP, para um mandato de dois anos, em substituição do seu homólogo de Cabo Verde, Jorge Carlos de Almeida Fonseca.
João Lourenço disse ser necessário encontrar formas dinâmicas e criativas valorizando o pontecial dos diversos sectores económicos dos países da comunidade, através do fomento da produção nacional e das exportações.
Exortou que se tornem mais atractivas as economias dos países da CPLP, explorando a sua complementaridade, assim como aumentando as trocas comerciais e investimentos, que gerem empregos e tragam benefícios mutuamente vantajosos.
Sublinhou que, durante o seu mandato, Angola propõe a inclusão do pilar económico-empresarial como uma necessidade de promoção do desenvolvimento sustentável e da expansão do mercado intra-comunitário, mediante parcerias entre os estados membros.
De acordo com o Chefe de Estado angolano, os países da comunidade têm enorme potencial industrial, agro-pecuário, pesqueiro e turístico, muitos ainda por explorar, que merecem atenção para serem transformados em riqueza real.
Reafirmou o compromisso com a defesa da democracia, dos direitos humanos, segurança e estabilidade na CPLP.
Para além dos Presidentes de Angola e de Cabo Verde, participaram na Conferência os Chefes de Estados da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, de São Tomé e Príncipe, Evaristo de Carvalho, de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o Vice-Presidente do Brasil, Hamilton Mourão, enquanto Moçambique, Timor-Leste e Guiné Equatorial estão representados pelos primeiro-ministros, Carlos Agostinho do Rosário, vice-primeiro-ministro, e ministro das Relações Exteriores, respectivamente.
Participam igualmente o Presidente da Namíbia, Hage Geingob, em nome dos Observadores associados da CPLP, o representante especial das Nações Unidas e o Secretário-geral da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), o embaixador angolano George Rebelo Chikoti.
A eleição da presidência da Conferência, para o biénio 2021-2023, e intervenções do Presidente da Assembleia Parlamentar da CPLP (AP-CPLP), do Presidente da Namíbia, Hage Geingob, em nome dos Estados Observadores Associados da organização e dos representantes de Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico (OEACP) marcaram a cerimónia de abertura da Conferência.
A agenda de trabalhos da Conferência incluiu entre outros assuntos, a apresentação do relatório do Secretário Executivo e as prioridades da presidência angolana da CPLP, para o período 2021-2023, assim como um debate político geral sob o tema “Fortalecer e promover a cooperação económica e empresarial em tempos de pandemia, em prol do desenvolvimento sustentável dos países da CPLP”.
A apreciação das recomendações da reunião do Conselho de Ministros, aprovação de projectos de resolução e de declarações, incluindo uma de apreço ao Secretário Executivo cessante e a eleição do seu novo sucessor, para o biénio 2021-2023, constaram também da agenda dos Chefes de Estado e de Governo.
A cerimónia solene de encerramento do encontro ficou marcada pela assinatura de uma Declaração Final, pelos Chefes de Estado e de Governo ou seus representantes presentes, do Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados-Membros da CPLP, pelos ministros das Relações Exteriores ou dos Negócios Estrangeiros, e a entrega do Prémio “José Aparecido de Oliveira.
O encontro teve como lema "Fortalecer e promover a cooperação económica e empresarial em tempos de pandemia, em prol do desenvolvimento sustentável dos países da CPLP".
A CPLP é uma organização formada por países de expressão portuguesa, cujo objectivo é o aprofundamento da amizade e cooperação mútuas entre os seus membros.
A Conferência reúne-se ordinariamente, de dois em dois anos, tendo a XII ocorrido, em 2018, em Cabo Verde.
Fundada em 17 de Julho de 1996, em Lisboa, a CPLP é integrada por nove Estados, designadamente Angola, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guine Equatorial, Timor-Leste, Guiné-Bissau e Portugal, país que acolhe a sede da organização.
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