Luanda -
Distintas missões internacionais de observação eleitoral felicitaram esta
sexta-feira os angolanos pela forma ordeira, pacífica, democrática e exemplar
como realizaram as eleições gerais, a 24 deste mês.
Numa
conferência de imprensa de balanço realizada na capital do país, chefes e
representantes das referidas missões apelaram aos concorrentes a evitarem
quaisquer litígios e a respeitarem os resultados provisórios e posteriormente
os definitivos do escrutínio.
Oito
grupos de observadores internacionais, de organizações africanas e da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) divulgaram hoje as suas
declarações preliminares sobre as quintas eleições gerais de Angola, depois das
de 1992, 2008, 2012 e 2017.
De
acordo com o chefe da Missão de Eleitores da União Africana, Hailemariam
Desalegn, o processo foi transparente e deve servir para consolidar a
democracia, paz e a estabilidade de Angola.
O antigo
primeiro-ministro etíope, depois de reconhecer o contexto sócio-económico
difícil por conta da pandemia da Covid-19, pediu tolerância e respeito mútuo
aos vencedores e vencidos.
Para o
chefe da missão de observação eleitoral da Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral (SADC), Frans Kapofi, o povo angolano conseguiu manter um
ambiente político pacífico na fase pré-eleitoral e no dia da votação.
Destacou
ainda que as eleições gerais (presidenciais e legislativa) de 24 de Agosto
"foram pacíficas, calmas e bem organizadas, permitindo os eleitores
expressarem a sua vontade democrática".
Já a
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) enalteceu a postura do povo
angolano pela forma pacífica e ordeira como exerceu o direito de voto.
Segundo
o chefe de observadores da CPLP, Jorge Fonseca, é necessário o respeito da
vontade dos eleitores e a resolução dos diferendos eleitorais, no quadro da
lei.
Numa
declaração conjunta, os antigos chefes de Estado de Moçambique e da Tanzânia,
Joaquim Chissano e Jakaya Kikwete, respectivamente, ressaltaram que o processo
de votação foi conduzido de forma livre, justa e transparente.
"O
povo angolano deu ao mundo um bom exemplo de como fortalecer a democracia,
através de uma eleição conduzida com sucesso", sublinharam.
Joaquim
Chissano e Jakaya Kikwete afirmaram que o povo teve a oportunidade de eleger
livremente os líderes da sua escolha e esperam que todos respeitem, defendam e
reflictam a vontade expressa nas urnas.
Por
outro lado, encorajaram os candidatos a olharem para os resultados com
serenidade e, se tiverem dúvidas, para apresentarem as devidas reclamações
pelas vias legalmente estabelecidas.
Além das
citadas, apresentaram declarações preliminares as missões de observação
eleitoral do Fórum Parlamentar da SADC, das Comissões Eleitorais da
SADC, da Região dos Grandes Lagos e da Comunidade Económica dos Estados da
África Central.
De
acordo com os últimos dados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE),
na última quinta-feira, quando já tinham escrutinados 97,03 dos votos, o MPLA
obteve 51,07 porcento, com três milhões, 162 mil e 801.
Estas
cifras fazem com que esta formação eleja 124 deputados no Parlamento; segue-se
a UNITA com 44,05% (2.727.885/90 deputados) e o PRS com 1,13% (70.398/dois
deputados).
Já a
FNLA obteve 1,05% (65.223/dois deputados) e o estreante PHA com 1,01% (63.002/dois
deputados). A CASA-CE com 0,75% (46.750) não conseguiu qualquer deputado, tal
como a APN com 0,48% (29,740) e o P-NJANGO com 0,42% dos votos (26.268).
O pleito
contou com a participação de oito candidatos a Presidente da República e
perto de 14 milhões e 399 mil cidadãos, destes 22 mil e 560 residentes no
estrangeiro, que pela primeira vez puderam votar vivendo fora de Angola.