Luanda -
O secretário de Defesa dos Estados Unidos da América, Lloyd Austin, considerou
esta quarta-feira, em Luanda, Angola como “um líder em ascensão na região
africana e não só”, que se tornou parceiro altamente estimado e apto para o seu
país.
Lloyd
Austin discursava sobre os novos ângulos da política dos EUA para África e o
poder da parceria, no quadro da sua visita ao país, que marcou o termo de um
périplo pelo continente africano, que o levou ao Quénia e Djibouti,
respectivamente.
Segundo
o secretário de Defesa, ao longo dos últimos anos, as relações dos EUA com
Angola registaram imensos progressos, pelo que se está a aprofundar a
cooperação com o Governo angolano na modernização militar, formação, segurança
marítima e prontidão médica.
Afirmou
que os Estados Unidos estão empenhados em trabalhar juntos, de forma mais
estreita, na manutenção da paz, alterações climáticas, inteligência, cooperação
espacial e outras áreas.
“Daí
estar presente em Angola para reforçar essa parceria sólida e igualitária”,
afirmou, sublinhando a importância de África para a definição do mundo no
século XXI, para os Estados Unidos, bem como para a prosperidade comum e
segurança colectiva.
Durante
a sua alocução, Loyd Austin reafirmou a aposta do Governo americano e do
Presidente dos Estados Unidos no futuro de África, referindo ser do
conhecimento que o continente enfrenta grandes desafios.
De
acordo com o secretário de Defesa americano, África está na linha da frente de
muitas das ameaças comuns mais urgentes do século XXI, nomeadamente pandemias,
insegurança alimentar, crise climática, terrorismo, pilhagem de recursos e o
regresso da autocracia.
Reconheceu,
no entanto, haver um leque de africanos bastante inspiradores, desde líderes,
activistas e agentes de mudança que também estão na linha da frente, a bater-se
contra toda uma série de grandes desafios.
Neste
sentido, citou, a título de exemplo, o trabalho desenvolvido por um jovem empresário
angolano, cuja acção incide na produção de milho e na ligação entre
agricultores americanos e consumidores angolanos, visando acabar com a
insegurança alimentar no país.
Por
outro lado, defendeu a construção de parcerias de defesa que alavanquem a segurança
comum e ampliem os princípios partilhados com os parceiros africanos, bem como
falou da situação de paz, segurança e sobre mudanças inconstitucionais em
alguns países do continente, situação, a todos os níveis, reprovável.
No
entanto, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, disse que o discurso
do secretário de Defesa dos Estados Unidos vai em linha com a política externa
de Angola, relativamente a preocupação com mudanças inconstitucionais em
África.
O chefe
da diplomacia angolana, que falava à imprensa momentos após o pronunciamento de
Lloyd Austin sobre os novos ângulos da política dos EUA para África, lembrou
que Angola promoveu, ainda esse mês, a Cimeira da União Africana (UA) sobre
mudanças inconstitucionais em Malabo, na Guiné Equatorial, no quadro da
abordagem sobre o golpe de Estado no Gabão.
Quanto
ao facto de Angola ter sido considerada líder em ascensão em África e parceiro
altamente apto para os Estados Unidos, Téte António referiu ser fruto do
trabalho que o Executivo vem desenvolvendo a nível do continente, onde o país
tem dado a sua contribuição, como Estado africano, para a estabilização da
região.
“O que
Angola faz não passa despercebido no mundo”, asseverou, defendendo a
consolidação da cooperação com os Estados Unidos da América.
Questionado
sobre a possibilidade de Angola adquirir material militar americano, o ministro
referiu ser necessário ter em conta que o país é aberto ao mundo, e tem estado
a diversificar as suas parcerias, não só no continente, mas também noutras
partes, pela Ásia e no continente americano.
Fez
ainda alusão à diversidade de parceiros económicos e noutros domínios que se
possa desenvolver, tendo em conta à abertura pelo mundo.
Chegado
terça-feira a Luanda, a primeira visita a Angola de Lloyd Austin visou
fortalecer a cooperação com Angola.