SECRETÁRIO DE DEFESA REITERA COMPROMISSO COM PARCEIROS AFRICANOS
Luanda –
Os Estados Unidos da América (EUA) estão profundamente comprometidos em
garantir que África desfrute de todas as protecções das regras e normas
internacionais que promovam segurança e prosperidade.
A
afirmação foi feita esta quarta-feira, em Luanda, pelo secretário de Defesa
norte-americano, Lloyd Austin, quando discursava sobre os novos ângulos da
política dos EUA para África e o poder da parceria, no termo de um périplo pelo
continente africano, que o levou antes ao Quénia e Djibouti.
Lloyd
Austin reiterou a aposta do Governo norte-americano e do Presidente dos Estados
Unidos no futuro de África, redobrando esforços na prevenção de conflitos,
especialmente através da sua estratégia para prevenir conflitos e promover a
estabilidade.
Sublinhou
a necessidade do continente ultrapassar ameaças comuns mais urgentes que
enfrenta, tendo se manifestado optimista em relação a um futuro partilhado em
que exista paz, prosperidade e, acima de tudo, liberdade.
O
secretário de Defesa referiu-se, entre outros, ao facto da cooperação militar
com os parceiros africanos ser actualmente mais firme, haver colaboração no
aprofundamento de relações de defesa, sempre com base na igualdade e respeito
mútuo, junção de novos parceiros e a “construção” de coligações para se opor à
agressão e defender-se a soberania.
Fez
saber que os EUA estão a capacitar os seus parceiros no sentido de encontrarem
soluções a nível local, nacional e regional para os perigos que enfrentam, além
de trabalhar para ajudar na criação de instituições mais fortes para combater
as forças de longo prazo que concebem o extremismo.
Segundo
Lloyd Austin, as ameaças incluem o extremismo violento, a pirataria, as
vulnerabilidades cibernéticas e as catástrofes climáticas, muitas vezes
agravadas por uma governação ténue, instituições predatórias ou pobreza
persistente.
“Por
isso, estamos determinados a trabalhar com os nossos valiosos parceiros
africanos para desenvolver as capacidades de que necessitam para manter as suas
populações seguras”, disse, acrescentando que o extraordinário Comando Africano
dos EUA, liderado pelo general Michael Langley, presta uma série de apoios às
forças de segurança dos parceiros.
De igual
modo, referiu, para aumentar as capacidades destes, o Presidente Biden criou,
no ano transacto, a “Parceria do Século XXI para a Segurança Africana”.
O
secretário de Defesa fez menção a crueldade de organizações extremistas ou
grupos terroristas, como o Al-Shabaad e o ISIS, que visam deliberadamente civis
inocentes e provocam a destruição de comunidades no continente, assim como
ondas de sofrimento e instabilidade que ultrapassam fronteiras.
Neste
sentido, defendeu que as forças de segurança africanas têm de ser capazes de
combater estes grupos, defender a sua soberania e proteger o seu povo, tarefa
que considerou ponto fulcral para o AFRICOM, Comando dos Estados para África.
Para um
sucesso duradouro, disse, os países africanos precisam de instituições
reactivas, transparentes e lideradas por civis que respeitem os direitos
humanos, defendam o Estado de direito e trabalhem para todos os seus povos.
Considerou
igualmente importante que haja maior participação da classe feminina em
questões de paz e segurança a nível do continente e destacou o trabalho
conjunto para aprofundar a segurança cibernética dos parceiros, bem como para
expandir a partilha de informação nesta área, a fim de ajudar os países
africanos a combaterem a maldade digital da desinformação externa.
Por
outro lado, falou da estreita cooperação na área espacial, com realce para a
Nigéria e o Rwanda, países que assinaram, recentemente, os Acordos Artemis, que
estabelecem princípios comuns para orientar a exploração espacial, e dos
esforços conjuntos no campo da saúde, contra doenças infecciosas e prontidão
médica.
Lloyd
Austin efectuou uma visita de 24 horas a Angola, no âmbito de um périplo por
África, que o levou ao Djibouti e Quénia.
No país,
o responsável norte-americano foi recebido em audiência pelo Presidente da
República, João Lourenço, e presenciou a abertura de conversações entre
delegações militares de Angola e dos EUA.