ELEIÇÕES2022: CNE SENSIBILIZA ELEITORES
Luanda –
Seis mil e 20 agentes de educação cívica e eleitoral participam, desde esta
quinta-feira, (9) numa campanha de sensibilização sobre matérias relacionadas
com eleições gerais, no quadro da preparação do sufrágio de 24 de Agosto.
Durante
a campanha, promovida pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), os agentes
vão organizar encontros com actores da sociedade, nas cidades, vilas, aldeias,
lavras, mercados e igrejas, para explicarem as etapas do processo eleitoral.
Pretende-se
com essa campanha de educação cívica, essencialmente, assegurar a participação
activa e consciente dos eleitores angolanos no pleito eleitoral.
Segundo
o comissário nacional da CNE, Lucas Quilundo, a primeira fase da campanha vai
debruçar-se sobre a importância da cidadania, da democracia, dos direitos e
deveres dos cidadãos num estado democrático e de direito e das eleições gerais,
em conformidade com a constituição de Angola e a Lei Orgânica.
"As
eleições têm grande relevância, na medida em que são chamados todos os cidadãos
a exercer o direito de voto para escolha dos seus representantes",
reforçou.
De
acordo com a CNE, a campanha representa um mecanismo de comunicação directa com
os eleitores, que serão esclarecidos sobre a importância da sua participação
nas eleições e a necessidade de exercerem o seu direito de voto livre.
Ao
intervir na cerimónia de lançamento da campanha, o presidente da CNE, Manuel
Pereira da Silva, pediu o envolvimento de todos os actores sociais na
mobilização dos cidadãos, visando reduzir a taxa de abstenção dos eleitores em
Agosto.
Conforme
o responsável, a Comissão Nacional Eleitoral defende que os conteúdos e
mensagens da campanha devem ter como base a Constituição e o Pacote Legislativo
Eleitoral, devendo ser divulgados em linguagem acessível, de forma escrita e
oral.
As
mensagens devem explicar o que é uma assembleia de voto, como votar, promover a
cultura de paz, civismo e tolerância política, transparência, isenção e
imparcialidade.
Por sua
vez, a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, afirmou que se trata de uma boa
iniciativa, tendo em conta que foram convocadas as eleições para 24 de
Agosto.
“São as
quintas eleições que o país vai ter e, por isso, pensamos que a educação cívica
eleitoral é importante para todos os cidadãos, porque pretendemos ter eleições
cívicas, justas e pacíficas, que orgulhem os angolanos", sublinhou.
O
representante da UNITA no acto, Joaquim Nafoya, frisou que a campanha de
educação cívica só terá sentido se as listas dos eleitores forem afixadas, de
forma a facilitar que cada um possa, de facto, saber onde poderá exercer o seu
voto.
Já o
presidente do Grupo Parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, disse
ser um passo necessário para o processo de consciencialização do eleitorado,
particularmente para os que vão votar pela primeira vez.
Já o
líder da Igreja Tocoísta, Bispo Afonso Nunes, apelou aos partidos políticos a
moderarem os seus pronunciamentos, fundamentalmente durante a fase de campanha
eleitora, no sentido de evitarem caso de intolerância política.
Em
relação à Igreja, considerou que a mesma tem um papel fundamental na
sensibilização da população, para que as eleições decoram com civismo e
harmonia.
A Lei
Orgânica sobre as Eleições Gerais estabelece que a Comissão Nacional Eleitoral
(CNE) deve desenvolver uma ampla campanha de educação cívica eleitoral, no
sentido de esclarecer os cidadãos sobre os objectivos das eleições, as diversas
fases do processo e o modo como o eleitor vota.
O acto
de lançamento oficial da campanha contou com as presenças de membros da
CNE, presidentes das Comissões Provinciais Eleitorais, membros da CPE de
Luanda, das CME's, entre outros responsáveis.
Foram
ainda convidados membros do Executivo, presidentes do Tribunal Constitucional e
Supremo, diplomatas, entidades eclesiásticas, organizações da sociedade civil e
jornalistas.
Estas
serão as quintas eleições gerais em Angola, depois dos sufrágios de 1992, 2008,
2012 e 2017, todos ganhos pelo MPLA, seguido da UNITA.