ANGOLA DEFENDE PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NOS PROCESSOS DE PAZ
Angola
defendeu na Organização das Nações Unidas (ONU), a participação das mulheres
nos processos de paz, por considerar vital na busca de soluções sustentáveis
para os conflitos e mudança da dinâmica em torno da pacificação e segurança no
mundo.
A
posição foi manifestada pela
representante permanente de Angola junto da ONU, embaixadora Maria de Jesus
Ferreira, num evento virtual, realizado em Nova Iorque, em saudação ao 8 de Março, Dia Internacional
da Mulher.
Segundo
a diplomata, para que essa participação tenha um impacto significativo é
importante aumentar o papel das mulheres na tomada de decisões, em relação à
prevenção e resolução de conflitos e sua participação em operações de paz.
“Um
melhor equilíbrio do género e menos decisões tendenciosas de género teriam um
grande impacto no sucesso da construção e manutenção da paz em todo o mundo”,
advogou, no evento, realizado dia 8 de Março, com o tema “Rompendo barreiras -
Mulheres na manutenção da paz”.
Disse
que desde que o Dia Internacional da Mulher foi oficialmente instituído pelas
Nações Unidas, em 1975, muitas acções foram tomadas no sentido de reconhecer os
direitos das mulheres, mas muito ainda há a fazer para alcançar a igualdade do
género.
A
decisão do Conselho de Segurança da ONU de adoptar a resolução 1325 (2000), a
primeira sobre mulheres, paz e segurança, que promoveu a participação delas nos
processos pacificadores, como a prevenção e resolução de conflitos e a
manutenção e construção da paz, foi enaltecida pela embaixadora Maria de Jesus.
Referiu-se
ainda ao alerta do secretário-geral da ONU, António Guterres, segundo o qual a
manutenção da paz enfrenta desafios críticos e o sucesso depende de todas
as partes interessadas desempenharem o seu papel, num compromisso
colectivo renovado.
“Elogiamos
a Iniciativa de Acção de Manutenção da Paz do secretário-geral, para aumentar o
número de mulheres nos processos de paz e segurança e seu apelo às tropas e aos
países que contribuem com a polícia para nomear mulheres para cargos de
liderança”, declarou, admitindo que a discriminação e o assédio contra as
mulheres militares são reais.
Lembrou
que, durante a “longa e devastadora guerra civil” em Angola, as mulheres
desempenharam um papel indispensável no processo de paz em todos os níveis,
seja directamente nas forças militares ou nas comunidades, mantendo o país
unido, enquanto os homens estavam no campo de batalha.
A
representante permanente de Angola enfatizou a implementação de planos de acção
nacionais, que visam promover a igualdade de género em todas as fases do
processo de manutenção da paz e promoção da segurança, a partir das Forças
Armadas, da Polícia Nacional e todos os sectores conectados.
“Angola
aderiu aos principais instrumentos de protecção dos direitos humanos e
desenvolvimento das mulheres e raparigas, como a Convenção para a Eliminação de
todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, a 4ª Conferência Mundial
sobre a Mulher e a Declaração e Programa de Acção de Pequim, adoptados
internamente para aplicação a nível nacional”, sublinhou.
Mencionou
também o alinhamento das questões nacionais de igualdade de género, com as
medidas e metas da Agenda 2030, sobre os Objectivos de Desenvolvimento
Sustentável, a Agenda 2063 da União Africana e outros instrumentos e convenções
internacionais sobre igualdade de género.